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Matéria da Revista CARAS
É possível aprender a enfrentar o estresse e ter uma vida saudável
O estresse sempre esteve presente na vida humana. Um pouco de estresse, aliás, é até positivo, pois torna os indivíduos mais ativos e produtivos. Mas estresse em excesso e por longo tempo pode ser prejudicial às defesas orgânicas, abrindo espaço para doenças. Quem não é capaz de superar o problema sozinho deve consultar um especialista, que lhe ensinará como fazer isso.
por Marilda Lipp*
Estresse é o estado máximo de prontidão do organismo diante de alguma situação. Pode resultar de situações boas, como uma viagem, ou ruins, como um assalto. O estresse, vale destacar, sempre existiu. Mas o que estressa atualmente é a vida agitada nas cidades grandes, o engarrafamento no trânsito, a competição profissional exagerada, a violência e a dificuldade financeira mundial. Hoje, praticamente todos têm um dia-a-dia estressante. Algum grau de estresse, aliás, é positivo, porque torna os indivíduos mais ativos e mais produtivos. Mas estresse excessivo e contínuo pode ser prejudicial à saúde e até provocar doenças.
O estresse é classificado em quatro fases: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão. A fase de alerta é considerada positiva. Ela se caracteriza pela produção de adrenalina pela glândula suprarrenal, que torna a pessoa mais atenta, mais forte e mais motivada, até eufórica. Não tem sono, sentese estimulada a fazer sexo e sua produtividade e sua criatividade ficam aumentadas. É capaz de trabalhar a noite toda sem problemas.
Quando a fase de alerta se mantém por muito tempo ou surgem novos estressores, o organismo age para evitar o gasto total da energia. Entra, então, na fase de resistência. A libido baixa. A memória começa a falhar. Mesmo dormindo, a pessoa tem cansaço. Não tem doença de fato, mas sente-se "doente".
Se o estresse aumenta mais ainda, a resistência física e a emocional da pessoa começam a deteriorar-se. A suprarrenal interrompe a produção de adrenalina e passa a excretar cortisol, o que caracteriza a fase de quase-exaustão. O estressado tem insônia, sua libido quase desaparece, produtividade e criatividade caem e se sente cansado e ansioso. Ocorre uma queda no funcionamento do sistema imunológico e o perigo do estresse é justamente essa vulnerabilidade imunológica.
Nas situações em que o estresse continua a aumentar, a pessoa entra na fase de exaustão. O desequilíbrio interior é total. Não consegue se concentrar nem trabalhar. Não dorme, se sente cansada e a libido desaparece. Fica apática, perde o senso de humor, não é capaz de conviver com amigos e familiares. O estresse pode desencadear doenças como psoríase, vitiligo, úlcera, diabetes, hipertensão, depressão, enfarte e câncer. As estatísticas mostram que 35% dos estressados atingem a fase de resistência; 7%, a de quase-exaustão; e 1%, a de exaustão. Cada etapa, como vimos, tem características próprias, mas alguns sintomas são comuns: mãos suadas, suor frio, respiração acelerada, batedeira no coração, acidez no estômago, falta de apetite, dor de cabeça, vômitos, diarréia, medo incomum e agressividade.
Pessoas que se percebem estressadas devem consultar um psicólogo especializado em estresse. O diagnóstico é clínico. Comprova-se o problema com um teste-padrão que é usado em todo o país. Permite identificar também a fase em que a pessoa se encontra, se pode ter consequências físicas ou psicológicas e a causa do estresse. O tratamento envolve alimentação, atividade física e treino de controle do estresse. Uma alternativa para a última parte do tratamento é o Instituto de Psicologia e Controle do Stress, com sede em São Paulo e filiais em várias capitais. É possível controlar o estresse e viver bem.
* Marilda Lipp, psicóloga na capital paulista, é mestra em Psicologia e doutora em Psicologia Clínica pela Universidade George Washington, de Washington, nos Estados Unidos, professora titular do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUC de Campinas (SP) e diretora do Instituto de Psicologia e Controle do Stress. Publicou Stress ao Longo da Vida (Editora Ícone) e outras obras. E-mail: mlipp@uol.com.br
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