Inteligência Racional - Primeira Inteligência
Em 1905, a pedido do governo francês, o psicólogo Alfred Binet (1859 – 1911) e seu parceiro Theodore Simon criaram o primeiro teste de inteligência e o aplicam em crianças com dificuldade de aprendizagem. Em 1916, o psicólogo norte-americano Lewis M. Terman, da Universidade de Stanford, divulgou uma revisão do teste de Binet, chamando-a de escala de Stanford-Binet e lançando o conceito de Quociente Intelectual (QI). A partir daí, outros trabalhos sobre o tema foram desenvolvidos. Segundo o dicionário Aurélio, razão é a própria inteligência, ou ä faculdade que tem o homem de estabelecer relações lógicas, de conhecer, de compreender e de raciocinar. Dão forma a esta primeira inteligência: a- o raciocínio lógico; b- as habilidades matemáticas; c- as habilidades espaciais. Nos dias atuais, Fritjof Capra, austríaco doutor em Física e autor do best seller O Tao da Física defende que o método de pensamento analítico de Descartes e sua concepção mecanicista da natureza, só serão verdadeiramente úteis se forem reconhecidas suas limitações. A definição mais atual sobre o assunto é do psicólogo americano Howard Gardner que diz que a inteligência é um potencial biopsicológico, definido como a habilidade para resolver problemas encontrados por alguém na vida real, gerar novos desafios e habilidade de fazer algo ou oferecer serviços que sejam considerados de valor dentro de uma determinada cultura.
Inteligência Emocional - Segunda Inteligência
Quociente emocional ou inteligência emocional é um termo bem amplo que abrange habilidades interpessoais, empatia, auto-percepção, motivação. Daniel Goleman, um professor da Harvard e autor de vários livros, cita que há uma palavra antiga para o conjunto de habilidades que a inteligência emocional representa: “caráter”. Partimos do princípio de que caráter é um conjunto das ações que você pratica diariamente, tornando você parâmetro para os demais seguidores que confiam em você. As habilidades de liderança são desenvolvidas pela combinação do conhecimento (o que você aprende lendo, por exemplo), com as ações que você coloca em prática. A liderança é um conjunto de habilidades que pode ser aprendido e desenvolvido ou aperfeiçoado. Basta que haja determinação, para que as ações tornem-se inerentes em nossas vidas, rompendo antigos paradigmas, deixando velhos hábitos, conquistando mais pessoas em nossas relações interpessoais. Com persistência e prática, esse processo pode levar a resultados duradouros. É importante enfatizar que o desenvolvimento da inteligência emocional não pode ocorrer sem desejo sincero e um esforço concentrado. Mas pode ser feito. Existe uma frase de Peter Drucker muito interessante: “Lideranças positivas nos levarão a um ponto além daquele que a ciência da administração diz ser possível”. No caso da Inteligência Emocional (QE), é ela quem nos faz avaliar as situações subjetivas, permeia nossas reações de acordo com nossos sentimentos e em relação aos sentimentos dos outros. Está ligada à forma como lidamos com as nossas emoções e seria justamente a capacidade de uma pessoa em utilizar e controlar adequadamente suas emoções. O fundamental é ter a habilidade nas relações pessoais e, em decorrência dela, saber ouvir, praticar a empatia, trabalhar harmoniosamente em equipe e ter a capacidade de reconhecer um sentimento (próprio ou alheio), enquanto ele ocorre. E que a chave para tomar boas decisões pessoais é ouvir os sentimentos. Então, além do QI (Quociente de Inteligência), fala-se também do QE (Quociente emocional) para medir e avaliar o potencial que uma pessoa tem para agir de forma inteligente – racional e emocionalmente. Resumindo até aqui: toda ação provém de um pensamento. Antes de agir, a pessoa avalia racionalmente todas as variáveis objetivas e concretas envolvidas e, se concluir que convém ou que lhe interessa agir daquela determinada forma, terá obtido da razão a aprovação interna para transformar seu pensamento em ação (racional). Num segundo momento, ainda antes de praticar a ação, a pessoa antevê ou imagina a satisfação que ela terá, ou não, se praticar a ação pretendida – agora já utilizando critérios emocionais, e não mais aqueles primeiros, puramente racionais. Se a conclusão dessa segunda avaliação interna também for favorável, então ela terá obtido a segunda aprovação interna (emocional). Uma vez que a idéia convém e agrada à pessoa, a ação será praticada. A questão primordial que desejo mostrar aqui, acerca da Terceira inteligência, que será logo mais abordada em detalhes, é a seguinte: Uma pessoa, utilizando estes dois crivos de avaliação antes de agir, sabendo que a convém e agrada, pode colocar esta ação em prática e dormir em paz consigo mesma? Sabendo que o líder é parâmetro para influenciar o comportamento das demais pessoas, ela só considerará o que agrada a si mesma e convém a ela própria? Óbvio que não deve ser assim... Veremos, no próximo item, que existe algo mais além de razão e emoção...
Inteligência Intuitiva ou Espiritual - Terceira Inteligência
Como vimos na Primeira Inteligência, durante muitos anos, acreditou-se que a base para uma vida de sucesso era o quociente de inteligência, ou QI, conceito 100% baseado na compreensão e manipulação de símbolos matemáticos e lingüísticos. Nos anos 90, Daniel Goleman criou a expressão "inteligência emocional", para descrever a necessidade de se desenvolver o auto-conhecimento, a auto-disciplina e a empatia.
Mais recentemente, cientistas encontraram evidências de que o cérebro humano foi programado biologicamente para fazer perguntas filosóficas e subjetivas, como: "Quem sou eu?" ou "O que torna a vida digna de ser vivida?" Inteligência Intuitiva ou Espiritual, é o que nos deixa perceber que, pela sua natureza, o problema não pode ser resolvido por meio de recursos racionais ou emocionais – e aí nos indica caminhos intuitivos ou espirituais. A terceira inteligência coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos.
Ter alto Quociente Intuitivo ou Espiritual implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal. Os cientistas preferem usar o termo Inteligência Supramental, porque significa a inteligência além do mental. Tem a ver com nossos valores, virtudes, e com os arquétipos que definem verdade, beleza, amor, justiça, bondade.
Uma inteligência mais ligada à intuição do que à razão. Aqui, chamaremos de Terceira Inteligência. Existem muitas coisas a serem faladas a título de esclarecimento. Mas de nada servirá se não houver no leitor um verdadeiro interesse em senti-la. No seu sentido mais amplo, a Terceira Inteligência deve ser entendida como uma profunda visão das coisas, das pessoas e do mundo – uma visão tão ampla que consegue enxergar além do concreto, do numérico, do material, do visível – como acontece com as pessoas com visão apenas científica. Obviamente, existe um componente no seu DNA que explica como você usa seu cérebro, mas inteligência também é criatividade, como você vai além da mente, além do conhecido. Quando integramos a intuição, a criatividade, à nossa razão, aí ocorre a transformação que tanto precisamos e é tão enfatizada aqui. Tem a ver com nossos valores e virtudes - que nos levam às perguntas como "por que eu deveria ser uma boa pessoa, apreciar a beleza, amar?" Precisamos usar todas as nossas habilidades, e não apenas a razão, na nossa inteligência... a fim de sermos mais assertivos em nossas decisões, principalmente em se tratando de liderança. É importante equilibrar as emoções negativas com qualidades positivas, que podemos apenas intuir. É aí que a inteligência supramental, intuitiva, ou espiritual, se torna uma noção poderosa para ser cultivada. Longe de querer disseminar ou promover qualquer tipo de religião ou algo do gênero. Gostaria de, simplesmente, colocar a Terceira Inteligência como um questionamento diante de tudo de novo que podemos aprender ao longo de nossas vidas, tornando-nos uma pessoa melhor em todos os sentidos. Gerar conhecimento e auto-conhecimento, são questões fundamentais para o progresso das atividades e da equipe como um todo. Gerar o conhecimento é saber tirar o que há de melhor em todos os membros da equipe. É provocar uma alteração na ordem normal das coisas, fazendo com que cada um desperte o que existe dentro de si. Porém o auto-conhecimento, é busca constante de aprimoramento das informações já arquivadas no cérebro, somada a novas informações adquiridas para o aperfeiçoamento e atualização de conteúdos. É um convite ao novo, ao aprendizado, ao desafio de querer enxergar além do óbvio. Resumindo, existem três tipos de inteligência: - Inteligência Racional, usada para administrar e solucionar os problemas e desafios lógicos e a respeito dos quais temos dados concretos para manusear, mais conhecido como Q.I. (Quoeficiente de Inteligência); - Inteligência Emocional, que aplicamos nas situações subjetivas e nos faz reagir a elas de forma adequada, de acordo com os nossos próprios sentimentos e das outras pessoas. - Inteligência Supramental é aquela que nos faz avaliar nossos valores, crenças, missões. É quando precisamos analisar as circunstâncias e agirmos com moral acerca da justiça, bem como quando estamos diante de crises ou situações dolorosas que nos causam sofrimento. Principalmente quando está em jogo nossa felicidade e a dos outros. É esta a terceira inteligência, que entra em ação quando trata-se do livre-arbítrio. É a mesma diferença entre nos perguntarmos: - Como essa situação me afeta emocionalmente e como devo reagir adequadamente? Ou então: - O que essa situação significa para mim e como posso extrair dela algo para ajudar outras pessoas? De forma direta, pode-se dizer que é a diferença entre agir com a emoção ou com a alma. Para exemplificar, a ação motivada pela Inteligência Espiritual é originada em outros sentidos, como a intuição, ao invés dos cinco sentidos tradicionais. Como disse o filósofo e matemático francês Jules Henri Poincaré: “É pela intuição que descobrimos e pela lógica que provamos”. A filosofia define intuição como o conhecimento imediato de um objeto na plenitude de sua realidade, seja este objeto de ordem material ou espiritual, sendo a percepção de uma verdade diferente daquela que se atinge por meio da razão ou do conhecimento objetivo. Não é fortalecendo o intelecto nem estudando e aprendendo a psicologia do comportamento humano e de todas as emoções que desenvolvemos a terceira inteligência. A intuição pode vir e se desenvolver pela meditação, quando mergulhamos no subjetivo. Precisamos usar todas as nossas habilidades, e não apenas a razão, na nossa inteligência. Nos últimos 50 anos, desenvolvemos uma visão de mundo materialista, reforçando os lados sensorial e mental. Ainda acreditamos que o mental faz parte do físico, que a mente é um fenômeno criado pelo cérebro. Todos nós somos passíveis de emoções negativas, mas é importante identificá-las no momento em que ocorrem, equilibrando essas emoções negativas com qualidades positivas, que podemos apenas intuir. É aí que a inteligência intuitiva, ou espiritual, se torna uma noção poderosa para ser cultivada em nossas consciências. Ao darmos valor primordial à consciência, podemos aprender todas as suas qualidades e experiências, não só as experiências materiais, sensoriais, mas também o que pensamos, sentimos e intuímos. Essa intuição é um fenômeno que se explica pela física quântica, uma comunicação onde não há troca de sinais, chamada conceito de não-localidade. É um fenômeno em que moléculas, elétrons e pessoas se comunicam mesmo a longas distâncias. Isso é a evolução do nosso conceito de inteligência, porque previamente o argumento era que inteligência era a maneira como usamos nosso computador cerebral. Existe um componente em nosso DNA que explica como usamos o cérebro, mas inteligência também é criatividade, como você vai além da mente, além do conhecido (inteligência supramental). Quando integramos a intuição, a criatividade, à nossa razão, aí ocorre a transformação que tanto precisamos, e é justamente esta proposta que fazemos aqui. A nossa proposta é avaliarmos uma forma mais profunda de criatividade, para mudarmos nossas mentes. Reavaliarmos nossos valores. Diante desta nova postura acerca da Terceira Inteligência, substituirmos ansiedade e angústia, sermos mais relaxados e felizes, o que nos permite processar a nossa consciência. A física quântica diz que, quando fazemos isso, infinitas possibilidades se tornam disponíveis. Nossa experiência é gerada quando escolhemos entre as possibilidades. Se as possibilidades não têm tempo de proliferar, enquanto estivermos angustiados, ansiosos e presos dentro de nossos costumes de sempre, estaremos sempre escolhendo dentro de um repertório antigo. Se queremos mudar, devemos permitir que novas possibilidades surjam em nossa consciência, e essa permissão requer um estilo de vida mais tranqüilo, relaxado. E essa é a grande mudança no estilo de vida que é provocada pela terceira inteligência. Ao trabalharmos essa criatividade interior, acessando o supramental e a intuição, damos uma nova forma à nossa experiência interior. Podemos transformar nosso comportamento quando começarmos a viver do jeito que intuímos. Segundo Einstein: “Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio – e eis que a verdade se revela”. Estar receptivo ao afloramento da terceira inteligência, é o ponto chave. Uma postura serena e reflexiva é mais propícia ao afloramento da terceira inteligência do que em meio a ansiedades e pressas. Ser inteligente de forma total significa ter um adequado equilíbrio em relação às três dimensões e formas do conhecimento: o Quociente de Inteligência, o Quociente Emocional e o Quociente Supramental.
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