domingo, 15 de março de 2009

No paredão: o que fazer quando algo deu muito errado no trabalho?

No paredão: o que fazer quando algo deu muito errado no trabalho?

Por Karin Sato - InfoMoney

Dizem que errar é humano. Mas, nas organizações, não é bem assim que as
coisas funcionam. Muito além da bronca, demissões também são frequentes.
Algumas empresas insistem em procurar culpados, no lugar de soluções, ao
passo que outras são obrigadas a "penalizar" de alguma forma quem errou,
apenas para acalmar os ânimos de seus acionistas.

Há equívocos graves, que implicam a perda de clientes, o não-alcance das
metas, os rombos nas finanças, ou ainda o fim da imagem positiva de
determinada empresa no mercado. Dá para voltar no tempo e consertar o
problema? A pergunta foi feita à diretora da DBM em Minas Gerais, Georgina
Vieira.

Não se justifique!

Para ela, antes de tudo, é importante assumir o erro, sem ficar se
justificando. Depois, dimensione o problema, analise quem foi atingido -
colegas, diretoria, a empresa e sua imagem no mercado, clientes - e
proponha soluções, pensando no que fazer de imediato, em médio prazo, e
futuramente, de maneira a evitar que o mesmo erro seja cometido.

"Comunique a chefia e os afetados, mensure as consequencias do erro e se
disponha a resolver o problema. Há erros graves, mas que afetam apenas o
cotidiano da empresa, e outros que extrapolam o ambiente da organização,
atingindo sua imagem e seus clientes, por exemplo", explica a especialista.

A diretora da DBM em Minas Gerais conta uma situação que já viu acontecer
muitas vezes: o profissional errou, mas fez um diagnóstico do equívoco,
propôs uma solução de imediato e ainda sugeriu uma forma de o erro não
acontecer nunca mais, melhorando o processo. No final, ganhou pontos com
a chefia.

"Mas também já vi casos nos quais o funcionário tentou ocultar o erro de
seus pares. A percepção da empresa, no fim das contas, foi a de que ele
errou duas vezes", conta ela. Outra postura ainda pior é a de apontar o
dedo, se isentar da culpa e jogar a responsabilidade em cima de um terceiro.
Porém, cedo ou tarde, a verdade pode vir à tona. "Ao fazer isso, o
profissional corre o risco de quebrar a relação de confiança com seus
colegas e com a empresa", adverte.

Crise e medo de demissão

Ela alerta que, com a crise, é possível que as pessoas façam o possível para
se isentar de erros cometidos. Afinal, existe um medo generalizado quanto ao
futuro dos empregos.

Georgina lembra ainda que, no geral, independentemente da crise, as pessoas
têm medo de assumir responsabilidades, de se expor, e essa atitude pode ter
a ver com a educação. "Criamos nossos filhos, muitas vezes, liberando-os de
suas responsabilidades. Estamos longe ainda de construir uma sociedade
auto-responsável", opina.

Passo-a-passo

Georgina elaborou um roteiro do que é necessário ser feito, quando o
profissional erra e as consequencias são graves:

1. Assuma o erro. Não jogue a culpa em ninguém nem esconda o problema;

2. Se coloque como parte da solução do problema, e não do lugar da
vítima;

3. Analise a gravidade do erro. Veja quem será atingido. Apenas seus
colegas de departamento? Seu chefe? A empresa? Os clientes da empresa?

4. Se houver tempo, rapidamente elabore um plano de contingência,
pensando nas soluções a serem implantadas em curto, médio e longo prazo e,
simultaneamente, encontre um meio de aquele erro não acontecer nunca mais.
Procure os pontos de vulnerabilidade da empresa.

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