[ Carreira ]
Vida profissional: Nós S/A
Henrique Carvalho Kuhn
Estudante do curso de Administração, na Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, na cidade de Canoas-RS.
A partir do momento em que começamos a trabalhar em uma empresa, inicia-se um período de grandes trocas. Podem ser anos de cumplicidade, parceria e respeito que devem durar até o último momento em que ambos estiverem unidos. No entanto, em alguns casos, esta relação pode continuar independente do vínculo empregatício que fora extinto.
Nessa relação, há uma mistura de crenças, valores, conhecimentos, habilidades e competências, além, é claro, dos vícios e defeitos das duas partes, que devem ser compartilhados por inteiro e servir de inspiração para um processo de mudança e melhoria contínua de todos. Deve haver uma relação de troca, de cumplicidade e cooperação entre as partes.
O ideal é que haja congruência e sinergia entre nós e a organização. Além de todos esses ingredientes, é essencial que exista prazer nessa relação. A partir dessa boa convivência é que começam a aparecer os resultados por todos esperados. Pela interação, começa a organização. Nós, a nível profissional, vistos de forma isolada da organização onde trabalhamos, não somos nada. Da mesma forma a empresa, que vista sem seus funcionários, não existe.
As empresas durante a sua existência podem alterar a denominação, a razão social. Entretanto, nós, durante a nossa vida profissional, não alteramos o nosso nome nem a nossa marca, a nossa razão pessoal. Tudo que fora construído em relação ao nosso nome é para sempre e pode facilmente ser destruído, eliminando a nossa marca no mercado de trabalho.
Nossa vida profissional, independente de sermos empregados ou donos do nosso próprio negócio, pode durar 40, 50, 60 anos ou mais. Por isso a importância de nos apresentarmos diante dos outros da melhor maneira possível, sempre que estivermos representando a empresa a qual trabalhamos, independente do tipo de vínculo.
A partir do momento em que passamos a fazer parte de uma empresa, temos que dar o melhor de nós para que, juntos, alcancemos o tão esperado sucesso. A responsabilidade entre as partes é enorme, mesmo fora do expediente. Ela, com toda a sua responsabilidade diante da sociedade onde está inserida. Nós, vivendo de forma digna, nesta mesma sociedade, respeitando o vínculo existente.
O certo é que diante de tanta competitividade vivemos em busca de resultados. Para atingi-los, temos que nos preparar e sermos melhores do que os outros. Temos que ter o compromisso moral e ético com nós mesmos de nos superarmos. Mas isso é pouco. Necessitamos superar os outros também. A competitividade entre nós é tão grande que ser melhor do que os outros se transformou numa questão de sobrevivência. No entanto, as organizações devem ficar atentas para que a competitividade entre seus recursos humanos não seja exagerada e se transforme em uma ameaça ao clima organizacional.
Para que nossas chances de sucesso aumentem, temos que estar em um processo contínuo de treinamento e reciclagem. Vivemos em busca do saber profundo. Podemos ser chamados de produto intelectual bruto, diante da capacidade e habilidades que todos nós temos, mas que precisam ser descobertas e trabalhadas para que possam, de fato, contribuírem e nos auxiliarem nessa estressante jornada sem fim. Precisamos ser lapidados. E nesse caminho, precisamos ser humildes o suficiente para compreender e aceitar que podemos errar.
É importante que saibamos gerenciar nossas crises pessoais e profissionais. Parece que estamos sempre envolvidos em algum tipo de conflito. Nesse processo, temos que considerar também os nossos códigos culturais e os dos grupos onde estamos inseridos. A antropologia diz que eles contribuem para formar o nosso sistema de referências, responsável, entre coisas, por nos diferenciar dos outros. Essas características entre nós é que fazem a diferença dentro de uma organização, considerando que um complementa o outro e, todos juntos, formam os times ou equipes.
Fundamental nisso tudo é a comunicação. É importante que tenhamos facilidade de nos comunicarmos e nos relacionarmos com outros, pois isso facilita em muito o nosso dia-a-dia. O certo é que somos recheados de deficiências, necessidades, expectativas, frustrações e, é lógico, sonhos e realizações. Muitas realizações.
Estamos continuamente exercitando nossa capacidade de adaptação. A cada dia, um novo desafio. E a cada desafio, uma oportunidade real de auto-realização. E a cada realização, força para encarar os novos desafios que virão e assim sucessivamente. Pode-se então perceber que é proibido parar. É preciso sempre prosseguir rumo a um futuro diferente e melhor.
Diante disso, podemos ver a nossa falta de conhecimento, as dificuldades e os erros não como uma ameaça, mas como uma oportunidade real de mudança. Dos nossos piores momentos, podem surgir nossas melhores opções de escolhas, capazes de nos levar ao sucesso. Assim como a natureza – essa roda viva – estamos em constante transformação. Somos mutantes. Somos gente.
Publicado em 07/04/2008 no www.RH.com.br.
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