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sábado, 22 de outubro de 2005

O Engraxate

*por Tom Coelho

“Pela obra se conhece o autor.”
(Jean de La Fontaine)

Caminhando pelo saguão do aeroporto miro meus pés e descubro sapatos que parecem tristes e cansados de tão opacos e descuidados.

Dirijo-me até a engraxataria encontrando um ambiente pequeno e bem organizado. São quatro os profissionais ali posicionados diante de suas cadeiras revezando-se à espera dos clientes.

Assento-me e passo a observar um senhor bastante robusto, cabelos parcos e grisalhos, contando seguramente mais de cinqüenta anos, a exercer seu ofício. Coloca-me calçadeiras para proteger as meias, toma nas mãos uma flanela, limpando cuidadosamente a superfície dos sapatos. Parece preparar-se para iniciar a confecção de uma grande obra de arte.

Meus pés repousam sobre a caixa, em verdade, seu cavalete. Tal qual um artista, ele admira os contornos da moldura definidos pelo solado. Em vez de óleo de linhaça, água. Em lugar de tinta, graxa. Um recipiente adaptado assume o papel de palheta. E um pincel e uma escova completam seu instrumental. A tela, já pode ser pintada.

Enquanto ele desenha sobre meus calçados, um mundo de reflexões invade minha cabeça. Sempre tive um estereótipo de engraxate. Um garoto ainda muito jovem, percorrendo as ruas em busca de alguns trocados para reforçar a renda familiar. Uma atividade transitória, não uma profissão.

Por isso, ao olhar para aquele senhor que me atende, bem como aos seus colegas que nos avizinham, pergunto-me por onde anda a justiça dos homens que não permite àquelas pessoas, com suas idades já avançadas, com tantas experiências acumuladas, rugas que lhes tomam a face, cansaço que lhes abate os olhos, usufruírem de um trabalho menos desgastante e melhor remunerado, bem como de mais tempo e oportunidades de lazer.

Não que aquela atividade seja indigna. Ao contrário, talvez seja trabalho dos mais edificantes. Em tempos de valorização dos consumidores, quando tanto se apregoa que o cliente deve estar em primeiro lugar, um engraxate coloca-se de joelhos, diante daquele que lhe pede seus préstimos, com humildade e subserviência, altivez e competência.

Pincel que pinta, escova que limpa, flanela que lustra. Após alguns minutos, traços rabiscados completam o grafismo imaginado. A obra está acabada. Meu anfitrião olha-me nos olhos e com um amplo sorriso diz:

– Agora está brilhando...!

Sua expressão é de regozijo, de plena satisfação. A missão foi cumprida. Seu talento pôde se manifestar e ganhar as ruas para apreciação de todos.

Eu o cumprimento, apresento-lhe meus agradecimentos, pago a conta e sigo meu caminho, ainda mais pensativo diante de tamanho exemplo de dedicação e comprometimento. E agora, com os pés brilhando. E a mente iluminada.

21/10/2005

Tom Coelho!, com formação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP, especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA-FEA/USP, é empresário, consultor, professor universitário, escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual do NJE/Ciesp. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Artigo: Da Garagem ao Sucesso

Hoje tive a honra de trocar mensagens com meu amigo Tom Coelho. Isso mesmo, se você pensou "aquele que escreve ótimos artigos", acertou, tenho sua autorização para publicar alguns artigos aqui! E para começar, um que achei fantástico! Se prepare para uma leitura muito agradável! Valeu Tom.

Grande abraço,


Leandro
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Da Garagem ao Sucesso
*por Tom Coelho

“Existem três fases: impossível, difícil e feito.”
(Frank Crane)

O ano é 1975. A cidade é Cambridge. Dois jovens estudantes egressos de Harvard desenvolvem um sistema operacional para microcomputadores. Seus nomes são Paul Allen e William Gates, mais conhecido como Bill Gates. Anos depois fundariam uma empresa chamada Microsoft que viria, em 1981, a ser contratada pela IBM como fornecedora de software para seus computadores pessoais.

O ano agora é 1978. A cidade é Brasília. O país vive o início da abertura política com a revogação do AI-5. Ao som de Sex Pistols, Ramones e The Clash, dois jovens se conhecem e descobrem imediatamente suas afinidades. Um é baterista e atende pelo nome de Felipe Lemos, ou simplesmente, Fê Lemos. O outro é baixista e guitarrista, e mais ainda, um grande compositor e vocalista. Trata-se de Renato Russo e a banda que viria a ser formada tempos depois se consagraria pelo nome de “Aborto Elétrico”.

A Microsoft tornou-se uma das empresas mais valorizadas e lucrativas. Numa época em que todos apostavam suas fichas no hardware, Gates vislumbrou a hegemonia futura do software. O serviço em lugar do produto. A inteligência acima da máquina. O Aborto Elétrico foi extinto em 1982, mas aquela banda de punk rock viria a influenciar toda uma geração de músicos brasileiros. Fê Lemos e o Capital Inicial, Renato Russo e a Legião Urbana. Da garagem para o mundo. Do mundo, para a história.

Visto sob este prisma parece que tudo aconteceu de maneira linear, harmoniosa e previsível. Da simplicidade da garagem, onde aconteciam os ensaios da banda e onde, madrugadas adentro, códigos binários eram combinados, ao sucesso, há certamente uma instigante ocorrência de eventos revestidos por angústias e frustrações, alegrias e conquistas.

Escrever composições difíceis de serem ritmadas. Constituir uma banda que não será agenciada por qualquer empresário. Fazer uma fita demo que não será ouvida por qualquer gravadora. Tocar para platéias apáticas, talvez apenas desinteressadas, talvez até mesmo hostis, talvez simplesmente ausentes.

Empreender em um negócio incerto, intangível, talvez apenas um sonho que pode se transmutar em pesadelo. Enfrentar a falta de crédito e a descrença alheia. Errar, insistir, persistir, apostar. Saborear as pequenas vitórias.

A estrada para o sucesso é uma via não pavimentada. Carece também de sinalização e iluminação. Botinas nos pés, uma bússola, uma lanterna e um guarda-chuva nas mãos, são poucos aqueles dotados da capacidade de se embrenhar por um terreno árido, pisar as pedras, queimar a face no calor do sol e permanecer na mesma trilha com determinação.

Pasteur dizia que a diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana. Que esta vontade se manifeste em você pela iniciativa, pela perseverança, pelo comprometimento e pela autoconfiança. Que seus desejos ganhem asas; seus olhos, brilho; seu rosto, sorriso. E que seus projetos se ampliem de poucos metros quadrados de uma garagem para as dimensões que o sucesso almejado demandar.

Tom Coelho!, com formação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP, especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA-FEA/USP, é empresário, consultor, professor universitário, escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual do NJE/Ciesp. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Publicado em 04/08/2005.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br