ESTE É O PADRÃO APRESENTADO SLIDE 1 TÍTULO

Vá para o Blogger Editar HTML e encontrar este texto e substituir pela sua descrição do post em destaque...

ESTE É O PADRÃO APRESENTADO SLIDE 2 TÍTULO

Vá para o Blogger Editar HTML e encontrar este texto e substituir pela sua descrição do post em destaque...

ESTE É O PADRÃO APRESENTADO SLIDE 3 TÍTULO

Vá para o Blogger Editar HTML e encontrar este texto e substituir pela sua descrição do post em destaque...

ESTE É O PADRÃO APRESENTADO SLIDE 4 TÍTULO

Vá para o Blogger Editar HTML e encontrar este texto e substituir pela sua descrição do post em destaque...

ESTE É O PADRÃO APRESENTADO SLIDE 5 TÍTULO

Vá para o Blogger Editar HTML e encontrar este texto e substituir pela sua descrição do post em destaque...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Voar alto!

Você nasceu para voar alto!
Gilclér Regina

Uma lenda do deserto conta a história de um homem que ia mudar de oásis e começou a carregar seu camelo. Colocou tapetes, utensílios de cozinha, os baús de roupas - e o camelo agüentava tudo, afinal, estes animais podem suportar até 300 kg. Quando ia saindo, lembrou-se de uma linda pena azul que seu pai havia lhe presenteado. Resolveu pegá-la e a colocou em cima do camelo. Neste momento, o animal arriou com o peso e morreu. O homem pensou: "Meu camelo não agüentou o peso de uma pena".
Transportando essa pequena fábula para os dias de hoje verificamos que vivemos uma época excessivamente racionalista, isto é, sabemos muito e sentimos pouco.

Não compreendemos as reações de algumas pessoas. Fazemos um pequeno comentário ou até uma brincadeira e alguém já chora ou se zanga. É preciso entender que nossa palavra pode ter sido a pena do camelo. Uma palavra vale mais do que todas as armas do mundo. Essa teoria foi provada na prática por Hitler, Kennedy, Churchill, Ghandi entre tantos outros grandes líderes da humanidade, bons ou maus.

A palavra causa a bênção ou a destruição. Vivemos num mundo de escolhas.
Quanto à fé, entendo ser uma inteligência, um químico-chefe da mente e quando combinada com o pensamento, transforma-se numa força infinita. Você poderá convencer a mente de que acredita que receberá aquilo que pede. Ela agirá de acordo com essa crença e a devolverá sob a forma de "fé", seguida de planos para realizar o que deseja.

A fé é o ponto de partida de toda a prosperidade e a base de todos os "milagres" e de todos os mistérios que as regras da ciência não conseguem explicar. É o único antídoto conhecido contra o fracasso. A força da fé é real, seja ela verdadeira ou falsa. Se repetirmos uma mentira mil vezes, acabaremos por aceitá-la como verdade. Já viu um desses delinqüentes que dizem que: não foi ele que praticou o crime? Até o bandido acredita na sua própria mentira. Goebels, que foi o grande propagandista de Hitler foi quem comprovou essa tese no marketing político que praticava. Pena que usaram de sua fé para propósitos tão desumanos!

Se a fé não existisse, uma boa parte das pessoas que tomam o placebo naturalmente pensando que estão tomando o medicamento verdadeiro não se curariam.

Fica o exemplo da fé, o poder da fé, como foi demonstrado na vida de Mahatma Ghandi que exerceu mais poder potencial do que qualquer homem de sua época, sem ter utilizado qualquer instrumento ortodoxo de poder como dinheiro, armas, soldados ou equipamentos de guerra.

Que outra força na terra com exceção da fé poderia realizar tanto? Não é esse o remédio que tantas empresas precisam? Não é esse o remédio que o nosso país precisa? De sair de um espírito de grupo, de panelinhas, para um espírito de fé, com as mentes voltas para um único objetivo e um grande ideal? De expurgar os gols contra que comprometem os resultados? Que crise pode resistir à fé?

A nossa mente é semelhante à transmissão em um carro. Temos as marchas para frente e a marcha à ré. Podemos escolher a direção que queremos tomar e ir para frente não exige mais esforço do que ir para trás. Em nossa vida somos nós que escolhemos o caminho.

Não permita que as pessoas venenosas, os críticos e os pessimistas de plantão dominem sua vida. Essas pessoas sempre dizem: "nada vai dar certo". Dizem que o concorrente está fazendo milagres e "que vai quebrar", mas não quebra nunca.

Tem gente que é tão negativa que acha que nasceu na família errada e que até o cachorro de estimação está sempre doente. Ora, como pode alguém assim fazer sucesso e praticar resultados? Deus não fez ninguém para ser "um pouco feliz". Deus fez a humanidade para voar alto e para a felicidade. Somos nós que construímos paredes ao invés de pontes.

Quem teme o amor, teme a vida e quem teme a vida é meio morto. Aprendemos tanto pelo amor quanto pela dor. É certo que muitas situações de grandes dificuldades são verdadeiras e procuro sempre buscar inspiração em casos reais onde pessoas comuns construíram a sua grande virada.

Eu acredito que Deus ajuda, mas quer que façamos a nossa parte. Eu costumo citar a história de um frentista de posto que era mal pago e motivo de riso de seus colegas que o chamavam de "trouxa", porque ele continuava atendendo de maneira exemplar e até melhor os clientes, mesmo com aquela "mixaria" que ganhava. No entanto, um desses clientes em certa ocasião o chamou para trabalhar na empresa dele e ele cresceu tanto, estudou, teve novas oportunidades e hoje é o presidente de um grande banco com salário de fazer inveja a muito artista.

Eu tenho certeza que muitos daqueles que o chamavam de "trouxa" hoje engrossam as fileiras dos desempregados. A pessoa que quer vencer sabe que a conta só fecha com 1% de inspiração, 99% de transpiração e 100% de atitude.

Entendo que alguém que quer construir a diferença em sua vida precisa se mexer. Quem chega primeiro bebe água limpa.

A pessoa que quer mais motivação em sua vida e em seu trabalho precisa enxergá-la com pensamentos melhores, olhos de fé e por conseqüência, construirá uma vida de resultados.

Não se pode mentir para si mesmo, mas tem muita gente que vai para frente do espelho "murcham a barriga" e depois saem dizendo que está "tudo bem". Quem quer motivação e resultados precisa ter a fé que dois grandes milagres acontecem todos os dias, o amanhecer e o pôr-do-sol e que Deus foi socialista, pois deu 24 horas para todos, ricos e pobres. A vida não é uma emergência, é uma maratona. A vida não é uma coincidência é uma conseqüência, isto é: os nossos resultados dependem da forma como pensamos e sonhamos. Os realistas estão a caminho, os sonhadores já estiveram lá. Deus não fez você para ficar grudado no chão. Deus te fez para voar alto.

Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!

Gilclér Regina
Autor de livros como Sua vida não é uma questão de sorte e A arte de saber viver da Editora Gente, realiza mais de 100 palestras por ano e já vendeu aproximadamente 3 milhões de livros e CD's motivacionais. Palestrante requisitado em Convenções e Congressos de todo o país.

Fonte: www.rh.com.br

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

O que é alcançar o sucesso?





por Patrícia Bispo

Por que algumas pessoas exercem cargos relevantes, mas mesmo assim não se sentem realizadas profissionalmente? A resposta pode estar relacionada ao desequilíbrio na vida pessoal. Segundo José Diney, consultor de empresas, especialista em gestão de pessoas e carreiras, e autor do livro "Bem-estar criativo para o sucesso" - Editora Saraiva, o sucesso sem conscientização e sem propósito de vida é ilusório e passageiro. Em sua obra, Diney trata da potencialização do desempenho pessoal e profissional, por meio da adoção de rotinas que assegurem que os leitores possam desenvolver seus talentos inatos e adquiridos. O livro é destinado ao segmento de business book (títulos escritos para profissionais que atuam em organizações ou que desempenham carreiras autônomas), e é baseado na experiência de Diney como executivo e consultor de empresas, além de utilizar métodos científicos em suas proposições. "Bem-estar criativo para o sucesso fala do sucesso na carreira profissional e bem-estar na vida pessoal, mostrando que essas duas podem, e devem, caminhar juntas", explica. Em entrevista concedida ao RH.com.br, ele explica ainda que variáveis indicam que o profissional alcançou o sucesso na carreira. Confira e boa leitura!

RH.com.br - Qual o seu objetivo ao escrever o livro "Bem-estar criativo para o sucesso"?
José Diney - Escrevi o livro como forma de sintetizar toda a experiência acumulada ao longo de 30 anos de vivência como executivo e consultor de empresas. Procurei reunir as mais recentes descobertas da ciência do comportamento e sugiro o uso de ferramentas práticas para a potencialização do desempenho pessoal e profissional, pois constatei que as pessoas quase sempre têm baixo desempenho e baixa produtividade em virtude de desequilíbrios físicos, mentais, emocionais e espirituais. Esse desequilíbrio resulta da forma equivocada como lidamos com o nosso potencial energético, o que acaba comprometendo nosso desempenho como um todo.

RH - Para qual público seu trabalho está voltado?
José Diney - O livro está direcionado a toda e qualquer pessoa que queira alcançar sucesso na carreira profissional, seja ela qual for, mas sem abrir mão da qualidade de vida pessoal. Aliás, eu uso o termo bem-estar criativo como meio para diferenciar o termo qualidade "de" vida, que é efêmero e superficial, do conceito de qualidade "da" vida, que é perene e conectado com a nossa essência humana. Portanto, busco demonstrar que o sucesso só faz sentido quando está alinhado com um propósito de vida.

RH - Qual o diferencial do "Bem-estar criativo para o sucesso" em relação aos outros títulos que se encontram no mercado?
José Diney - Meu livro oferece um roteiro seguro para aqueles que desejam refletir sobre o verdadeiro sentido do que seja alcançar o sucesso pleno na vida pessoal e profissional. Não se trata de um livro de auto-ajuda, pois todas as minhas proposições estão alicerçadas nas mais recentes descobertas da neurociência, neurobiologia, psicobiologia e filosofia da mente. Aplico todo esse conhecimento para que as pessoas despertem seu potencial realizador sem negligenciar a importância do bem-estar em suas vidas. É um livro para o gerenciamento da carreira e ao mesmo tempo um guia para uma vida saudável e plena de realizações. Uma espécie de manual de procedimentos para uma reflexão acerca da importância do uso inteligente das energias criativas e seu efeito prático na rotina do dia-a-dia.

RH - Em sua obra o Sr. dedica espaço às pessoas que desejam melhorar o desempenho pessoal e profissional. Que dicas práticas podem ser dadas a essas pessoas?
José Diney - Uma das ferramentas para a potencialização do desempenho é o uso inteligente de nossas melhores habilidades. É quando descobrimos como promover um up grade no cérebro e na mente por meio de técnicas que ajudam a potencializá-los. Técnicas respiratórias, exercícios de visualização mental, alimentação energética, prática do silêncio mental como meio para esvaziar a mente de pensamentos inúteis são ferramentas eficazes para essa potencialização. Além disso, procuro lembrar a importância do processo de autoconhecimento para a liberação das energias criativas. O resultado é o aumento do desempenho e a sensação de plenitude que gera bem-estar geral e propicia uma vida cheia de realizações. Não se trata de realizar milagres, mas de eleger ações transformadoras para o alcance de resultados.

RH - A realização profissional está relacionada diretamente à vida pessoal?
José Diney - Sem dúvida. Creio que é um grande erro quando alguém separa as duas coisas, pois isso produz insegurança e ansiedade, que são o mal do nosso tempo. Não há mais como pensar em realização profissional abrindo mão da vida pessoal. Trata-se de uma crença superada e burra. O ideal é o equilíbrio entre ambas. Como dizem os budistas, precisamos trilhar o caminho do meio, o caminho do equilíbrio que leva à plenitude do ser. Vida pessoal e realização profissional são farinha do mesmo saco.

RH - Investir em autoconhecimento é indispensável para o sucesso na carreira?
José Diney - Quando o Oráculo de Delfos, na antiga Grécia, pregava que os homens sábios deviam buscar conhecer a si mesmo para encontrar o verdadeiro sentido da vida, na prática queria dizer que não devemos tentar compreender as verdades do mundo, até porque o mundo não existe para ser compreendido. O que devemos buscar é a compreensão daquilo que somos, para que possamos lidar com a realidade do mundo. O autoconhecimento é o único caminho capaz de assegurar esse conhecimento, pois está alicerçado na verdade que vem do interior da nossa alma. O restante são as ilusões do mundo. O oráculo da vida moderna é a nossa própria consciência, por isso o autoconhecimento é tão importante.

RH - Existem técnicas que auxiliam o profissional a alcançar o sucesso?
José Diney - Se o sucesso é entendido apenas como o alcance de metas materiais, a receita do bolo é conhecimento técnico aliado à experiência acumulada, esforço individual aliado à tenacidade e à busca por resultados. Tudo isso é legítimo e necessário. Porém, se o sucesso é concebido como meio para exercermos um propósito de vida, aí precisamos ir além e procurar dar sentido àquilo que fazemos, para que o resultado final não seja confundido com uma Vitória de Pirro. Sucesso sem conscientização e sem propósito de vida é ilusório e passageiro. Sucesso alinhado a um propósito de vida é desfrutar o bem-estar que ajuda a vencer todos os obstáculos. Isso é o que chamo de bem-estar criativo.

RH - Que variáveis indicam que o profissional alcançou o sucesso?
José Diney - É quando a pessoa percebe que o seu esforço e a sua dedicação resultaram em bem-estar para si mesmo e para outras pessoas. É quando o trabalho significa uma missão a ser cumprida em nome do bem-estar de todos, dos semelhantes, da sociedade e do planeta. É quando os talentos e a criatividade estão a serviço do bem comum. Ou seja, é quando o profiossonal acende sua chama divina e brinca de ser deus pelo sentido que dá ao seu trabalho. É quando concretizamos nossos sonhos sem prejudicar o outro. É quando compreendemos que o nosso sucesso depende do sucesso de outras pessoas, e que ninguém chega ao topo sozinho.

RH - A boa remuneração sempre acompanha o sucesso profissional?
José Diney - Sim. Porque quando nos dedicamos com empenho em uma tarefa, colocando a alma e o coração naquilo que fazemos, o resultado sempre vem. Como vivemos no regime capitalista o prêmio por esse esforço é a remuneração financeira. Nesse sentido podemos afirmar que o dinheiro é uma conseqüência natural do sucesso.

Fonte: http://www.rh.com.br/ler.php?cod=4296&org=1

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Oportunidades: é preciso agarrá-las

Patrícia Bispo

Há quem acredite que, algumas vezes, para se atingir o sucesso profissional é preciso ter sorte na vida. Para o administrador de empresas e consultor organizacional, Yasushi Arita, isso é uma inverdade. Para se conquistar um cargo de destaque, por exemplo, o profissional precisa estar disposto a lutar pelo seu desenvolvimento e isso inclui trabalhar competências que hoje são consideradas indispensáveis para o mercado de trabalho, a exemplo das comportamentais. Apesar de muitas pessoas não gostarem de ouvir a palavra fracasso, essa deve ser vista não como o fim do mundo ou uma tragédia insuperável, mas sim considerada o início para uma nova conquista. Em entrevista ao RH.com.br, Arita dá algumas dicas para quem deseja obter sucesso na carreira. "Se alguém quer conquistar algum objetivo eu aconselho que não conte com a sorte", afirma o consultor. E se você está pensando em rever seus objetivos e metas profissionais, inclusive até mesmo você que deseja atuar ou já é da área de Recursos Humanos, aproveite a leitura!

RH.com.br - Alavancar a carreira é apenas uma questão de força de vontade da pessoa ou existem outros fatores que influenciam o sucesso profissional?
Yasushi Arita - A força de vontade impulsiona, mas sozinha não faz com que uma pessoa alcance seus objetivos. Ela deve ser somada a outros fatores essenciais para qualquer profissional. Na minha opinião, existem quatro importantes fatores que contribuem para um profissional alavancar sua carreira. O primeiro ponto é gostar do que faz. A atividade que realizamos deve ser prazerosa e estimulante. Pode até acontecer de um profissional desenvolver alguma atividade que não lhe agrade, mas se a intenção é se preparar, seja em conhecimentos ou financeiramente para aproveitar o momento oportuno, a satisfação e a vontade de fazer o melhor aumentam. Caso contrário deve criar coragem e aceitar outros desafios para desenvolver suas habilidades. Outro ponto é manter-se preparado e atualizado na área em que atua. Ter persistência para continuar em busca do alvo independentemente das circunstâncias e, principalmente, ter na mente e no papel um planejamento com metas e objetivos. Para quem não sabe aonde quer chegar a força de vontade não faz diferença alguma.

RH - Para se chegar ao sucesso também é preciso contar com um pouco de sorte?
Yasushi Arita - Se uma pessoa quer conquistar algum objetivo eu aconselho que não conte com a sorte. É mais garantido arregaçar as mangas e seguir em busca das suas conquistas. O que muitas vezes consideramos ser sorte é, na verdade, uma oportunidade bem aproveitada. O profissional que conquista um cargo de alto escalão numa empresa pode dizer que isso é um golpe de sorte ou resultado do investimento que fez em sua carreira? Agora digamos que um jovem profissional ganhou uma bolsa integral para fazer pós-graduação no Exterior, mas, apesar de diversas vezes ter iniciado um curso com esse objetivo não consegue pronunciar mais que um "good morning" e, por isso, não tem como corresponder às exigências da escola. Isso é falta de sorte? Não. Foi falta de preparo para aproveitar uma boa oportunidade. As oportunidades são identificadas por aqueles que estão preparados para enxergá-las.

RH - Atualmente, quais as principais competências que o mercado busca no profissional?
Yasushi Arita - Independentemente da área de atuação, a visão do especialista não é mais o único atributo desejável no mercado. O profissional do século XXI tem que ter mil e uma utilidades, ou seja, ter uma formação técnica é importante, mas deve ser somada a outros conhecimentos e atributos. O mercado precisa de profissionais que tenham talento, competência para várias habilidades, interesse constante em buscar treinamento, visão global, controle emocional e comunicação interpessoal. Pode parecer muita exigência para uma única pessoa, mas a verdade é que cada um de nós tem esses atributos, a questão é que muitos não se consideram capazes em associá-los. Um exemplo de personagem que sabe até hoje associar e obter bons resultados é Edson Arantes do Nascimento, conhecido mundialmente como Pelé, Rei do Futebol. Ele tem talento nato, assim como diversos outros jogadores, tem competência para desenvolver suas habilidades e jamais deixou de treinar, mesmo no auge de sua carreira. O fato de saber fazer bem alguma coisa não nos isenta de ter que treinar para melhorar sempre. O profissional que é capaz de associar suas habilidades certamente tem mais condições de responder às adversidades.

RH - Essas competências valem para qualquer profissão?
Yasushi Arita - Sim, essas competências valem para qualquer área de atuação, desde um limpador de vidros até o diretor de uma multinacional. O mercado precisa de profissionais que entendam as diversas ramificações do negócio que desenvolve. Isso acontece porque o modelo organizacional está cada vez mais enxuto e os recursos tecnológicos cada vez mais sofisticados. Na minha equipe, por exemplo, todos os profissionais são estimulados a desenvolver diferentes funções com a mesma destreza, o que eles correspondem de forma bastante positiva.

RH - O desenvolvimento das competências técnicas e comportamentais é de inteira responsabilidade do profissional ou as empresas também devem assumir uma parcela de contribuição?
Yasushi Arita - O desenvolvimento das competências técnicas e comportamentais depende tanto do profissional como da empresa. O profissional deve buscar alternativas para o seu desenvolvimento e, por outro lado, a empresa deve oferecer condições para que o seu colaborador possa desenvolver-se. As duas partes devem ter consciência de que um bom profissional é sempre assediado pelo concorrente e uma boa empresa é sempre alvo de bons profissionais. A parceria ideal acontece quando os interesses das partes têm a mesma finalidade. Não veremos um bom resultado quando a empresa está interessada no desenvolvimento de seu funcionário e este não tem interesse em aproveitar o que lhe é oferecido e o contrário também é verdadeiro.

RH - Que conselhos o senhor daria para um profissional que busca obter sucesso, mas sente que sua carreira estagnou?
Yasushi Arita - Quando um profissional sente que sua carreira está estagnada o primeiro passo é reconhecer que a responsabilidade é totalmente dele. Procurar culpados e justificativas é perda de tempo. Para não chegar a esse ponto é preciso treinar, treinar e treinar, o que abrange sair em busca de cursos, palestras, bate-papo com outros profissionais, se inteirar com as necessidades do mercado e ler muito. Cada profissional deve assumir o compromisso consigo mesmo de se manter atualizado para aproveitar as oportunidades. Lembra-se que falamos que não existe sorte? Quando um profissional está seguro da sua competência para desenvolver um projeto ou ocupar determinada função ele elabora estratégias para alcançar seu alvo. A falta de objetivo é o principal fator que emperra uma carreira. O meu conselho? Mãos à obra. Trace suas metas e objetivos e se determine a alcançá-los.

RH - A ambição é fator primordial para quem busca o sucesso?
Yashusi Arita - Quando falamos em ambição, a grande maioria das pessoas remete seu pensamento a algo pejorativo, pecaminoso, atributo de alguém que não tem caráter. Mas, não é nada disso. O Aurélio define o termo como desejo veemente de alcançar bens materiais ou o que satisfaz o amor próprio e não há nada de errado num ser humano que tenha desejos. Aliás, ambição está intimamente ligada aos sonhos, às meta e aos objetivo. Embora não seja fator primordial, sem ambição ninguém chega a lugar algum. Para alcançar o sucesso preciso desejá-lo, ter ambição pela conquista.

RH - No caminho até o sucesso, como o profissional deve lidar com um possível fracasso?
Yasushi Arita - Embora muitos profissionais não gostem nem de pronunciar essa palavra, o fracasso faz parte do sucesso. É uma oportunidade de aprendizado, de rever onde é preciso melhorar, o que está faltando para alcançar os objetivos. Outro dia eu estava jogando uma partida de tênis e perdi feio. Aquilo me deixou intrigado e, ao invés de ficar buscando justificativas, decidi rever mentalmente todos os lances e descobrir onde eu precisava melhorar. Detectei diversos aspectos e comecei a treinar cada um deles. Certamente na próxima partida ficarei mais atento aos lances, vou me aperfeiçoando até chegar o momento em que não cometerei mais os mesmos erros. Na vida profissional é a mesma coisa. A análise que fiz da partida de tênis cabe em todas as áreas da nossa vida. Fracasso não é o fim é a oportunidade de um novo começo.

RH - O erro, na trajetória para o sucesso profissional, deve ser sempre visto como aprendizagem?
Yasushi Arita - Existe um ditado que diz "errar é humano" e eu concordo plenamente com isso. Se existe ser humano perfeito ainda não me apresentaram a ele. Ninguém é perfeito, embora muitas pessoas busquem a perfeição nos outros e nas circunstâncias. O medo de errar impede o crescimento. Assim como a questão do fracasso que falamos anteriormente, o erro é uma oportunidade de rever o que precisamos melhorar. Aqueles que assumem seus erros têm muito mais chances de acertos.

Patrícia Bispo
Formada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo, pela Universidade Católica de Pernambuco/Unicap. Atuou durante dez anos em Assessoria Política, especificamente na Câmara Municipal do Recife e na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco. Atualmente, trabalha na Atodigital.com, sendo jornalista responsável pelos sites: www.rh.com.br, www.portodegalinhas.com.br e www.guiatamandare.com.br.

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

O elo entre motivação pessoal e profissional

"O fracasso é a oportunidade de se começar de novo inteligentemente." - Henry Ford

Em entrevista ao RH.com.br, o consultor e palestrante motivacional, Gilclér Regina afirma que não é possível separar a vida pessoal da profissional, pois ambas andam lado a lado.

Patrícia Bispo*

Quem já não teve momentos complicados no ambiente de trabalho e precisou buscar forças que acreditava não mais existirem? Quem também não enfrentou problemas pessoais que acabaram refletindo no desempenho profissional? Seja no primeiro ou no segundo exemplo, o fato é que muitas pessoas saíram de situações complicadas porque encontraram o ingrediente certo: acreditaram em si próprias, dando um tempero todo especial de motivação às suas vidas. E para quem pensa que motivação pessoal e profissional passam por caminhos divergentes, engana-se completamente. Em entrevista ao RH.com.br, Gilclér Regina, consultor e palestrante motivacional, explica que se o profissional passa por momentos de dificuldade no ambiente organizacional, isso fatalmente acarretará conseqüências na sua vida pessoal. Segundo ele, não existe uma receita única que possa atender a todas as empresas quando a questão é desenvolver um programa motivacional, pois cada empresa possui suas peculiaridades, suas necessidades e públicos internos diferenciados. Confira a entrevista e boa leitura!
RH.com.br - Motivação pessoal e profissional caminham, obrigatoriamente, lado a lado?
Gilclér Regina - Eu acredito muito nisto, pois entendo que a motivação do ser humano é justamente aquela que o faz buscar um melhor sentido da vida, melhores condições de vida para sua família, para seu bem-estar e isso está intimamente ligado à sua condição profissional. Com isso, percebemos que se a pessoa está de bem com a vida, o seu trabalho vai bem. Quando ocorre de alguém estar bem no trabalho, mas na vida pessoal as coisas não estão acontecendo é tudo uma questão de tempo e o reflexo dessa situação também afetará a vida profissional. Ninguém tem nervos de aço e como seres humanos somos afeto em pessoa, carência de sentimentos melhores, de espiritualidade, de motivação, de se acreditar crescendo e, sobretudo de família e quando um dos pilares cai, a possibilidade de erro, de desconcentração, de maus resultados e de nada dar certo é muito maior.

RH - O que tem sido mais difícil para as pessoas: encontrar motivação pessoal ou profissional?
Gilclér Regina - Acredito que as duas, mas coloco um peso maior na motivação pessoal porque enquanto profissão, o ser humano é 90% adaptação e esta inclusive só irá acontecer se ele estiver 100% motivado como pessoa. Há muita pressão nos dias de hoje. Se alguém estiver desempregado, enfrenta pressão em casa, na família, recebe uma carga de estresse muito grande, aumenta o medo e aí a tendência é piorar. Se estiver em plena carga de trabalho, cobra mais resultados de si mesmo ou recebe esta carga dos superiores e o próprio medo dos bons ventos irem embora. É preciso mesmo muito cuidado para não se deixar levar pela desmotivação e olhe que o passatempo nacional é falar de coisas que não dão certo, do momento político difícil, da descrença nas autoridades, da violência urbana, de tudo e aí, adeus sucesso.

RH - As pessoas sentem dificuldade em se manter motivadas por que o problema normalmente está dentro do próprio ser humano ou na empresa onde se atua?
Gilclér Regina - Vejo isto como uma forma cultural. Primeiro vem da própria família. Uma criança com oito anos já recebeu aproximadamente 100 mil vezes a palavra "não" e isto fica gravado. Como aprendemos desde pequenos, acaba ficando mais fácil aceitar o "não" do que o "sim". Depois vem a sociedade, onde as conversas e as fofocas são sempre sobre alguma circunstância negativa e vários programas de sucesso têm o foco na violência, nas coisas negativas, na desesperança, na desgraça alheia. Eu falo para meus amigos que ser capa de jornal com notícia boa é difícil mesmo, porque com notícia negativa qualquer bandido é capa. Nas empresas não é diferente, pois conta o ambiente, a transparência, a justiça na distribuição de resultados, no desânimo que se instaura por qualquer notícia negativa. Perceba que as dez empresas mais lucrativas do país na edição de Maiores e Melhores de Exame também estão entre as melhores empresas para se trabalhar na edição da Você S.A. Mas o problema nunca é o problema, é a atitude que temos diante dele e o medo do problema é pior que o próprio problema.

RH - Quais os fatores que mais têm prejudicado a motivação humana, seja no campo pessoal ou profissional?
Gilclér Regina - Entendo que o mercado de trabalho é o grande complicador. A indústria mais desemprega do que emprega, o trabalho migrou para empresas de tecnologia, comunicação, prestadores de serviço, terceirizadas e nem sempre esse contingente de pessoas tem acesso a um programa de qualificação e sem qualificação não há emprego ou pelo menos um trabalho melhor e isso gera uma grande desmotivação em efeito cadeia, ou seja, se você como profissional não tem um bom trabalho ou mesmo não tem um emprego, como é que pode ficar bem dentro de casa e com você mesmo? Naturalmente vem o medo e as pessoas acabam não acreditando nem em si mesmas.

RH - A falta de motivação no campo profissional pode ser superada apenas pelo indivíduo ou ele necessita do apoio corporativo?
Gilclér Regina - As duas coisas devem ser feitas. A pessoa pode buscar ajuda de várias formas, com iniciativa própria, não se acomodando, buscando uma literatura adequada, tendo mais atitudes positivas, aumentando sua rede de relacionamentos. A empresa, por sua vez, deve investir mais em qualificação com foco em comportamento e motivação, ajustando mais as necessidades do indivíduo com a empresa, fazendo com que ele se comprometa, mas seja também feliz e efetivamente focado nos resultados necessários. O empresário investe 10 milhões de reais numa frota de caminhões e não investe 10 mil reais para treinar o comportamento e a atitude do motorista para com aquele patrimônio ou com a filosofia da empresa. Acaba sendo uma incoerência. O bom senso é ver que treinar dá lucro.

RH - Se uma pessoa recebe estímulos motivacionais da empresa para vencer desafios profissionais, isso poderá gerar reflexos da vida pessoal?
Gilclér Regina - Com toda a certeza deste mundo, porque quando a pessoa vence metas, conquista resultados, supera desafios, ela libera toda aquela carga de adrenalina e essa energia positiva de um ser humano que sente que é útil, importante é levada para sua vida pessoal. Ele passa até a se ver como uma pessoa mais bonita e com mais saúde. Esse processo a medicina batiza como "acetilcolina", isto é, açúcar no sangue, coloca o prazer acima de tudo. É o gosto indescritível da missão cumprida.

RH - Quando a falta de motivação começa realmente a ser uma ameaça para o indivíduo?
Gilclér Regina - Quando ela passa a ser indiferente às coisas que estão acontecendo é o primeiro sintoma. Pode ser alguma coisa que está incomodando como um relacionamento conflituoso dentro ou fora da organização. Esse tipo de pessoa que anda cabisbaixa, se veste mal, briga por qualquer coisa ou o contrário não briga por nada, é apática, no time do "tanto faz como fez", algo que eu definiria como uma "depressão moral". Pessoas assim são ansiosas para a semana terminar logo, comentam com o grupo que a sexta-feira não chega nunca e ainda ficam doentes facilmente. De uma forma geral esses sintomas são percebidos.

RH - Que dicas o Sr. daria para quem se sente desmotivado, seja no campo pessoal ou no profissional?
Gilclér Regina - Buscar ajuda. A visão que se tem da espiritualidade nesse momento é muito grande porque se uma pessoa é muito desmotivada, normalmente essa pessoa está sem fé, isto é, longe de Deus. E não existe meia fé, ou tem ou não tem. E essa fé cura mesmo. Os laboratórios, quando testam o novo produto que foi pesquisado por longos anos, tem os voluntários recebendo o medicamento. Metade recebe o verdadeiro e metade pensa que está recebendo o remédio verdadeiro, mas é o placebo, um comprimido de farinha. Existem registros de 63% de cura no placebo, ou seja, quem curou foi a fé no remédio. Nesta ajuda que poderia ser a conversa com profissionais, seja da área motivacional, psicológica ou religiosa essa pessoa poderia verificar através do exemplo de outras que existe muita gente fazendo verdadeiros milagres na vida para sobreviver e alguns até atingindo um pódio até então inimaginável e que Deus nunca fez o ser humano para ficar grudado ao chão e sim para voar alto.

RH - Os programas motivacionais exigem critérios básicos?
Gilclér Regina - Depende muito de cada empresa a adoção de um programa com critérios próprios. Tem empresa que realiza um culto ecumênico toda segunda-feira pela manhã com participação voluntária de 99% dos trabalhadores de todos os níveis e premia quando alguém se casa, com dinheiro e folga de uma semana. Essa empresa figura entre as 150 melhores para se trabalhar no país, mas não necessariamente isso seria o melhor critério para outra. Outras que também figuram entre as melhores têm o foco em participação de resultados e possibilidade mais rápida de ascensão na carreira.

RH - Quais os erros primários que as empresas costumam cometer quando lançam programas motivacionais?
Gilclér Regina - Não perguntar o que motiva. Acabam dando bens materiais para executivos que os têm sobrando em casa e oferecendo viagens para pessoas de funções mais simples que têm carência de todo e qualquer bem material em casa. Acabam atropelando-se por não fazer uma coisa básica: perguntar o que motiva. O pessoal de RH normalmente pesquisa, identifica as necessidades, mas infelizmente nem todas as empresas no Brasil ainda têm um departamento destes funcionando e interagindo com todas as outras áreas, estudando diariamente a posição estratégica da empresa e o comprometimento dos talentos humanos da empresa para com o negócio e vice-versa.

RH - A visão de que motivar pessoas custa caro para as empresas é uma realidade ou uma desculpa de quem não se vê preocupado com o clima organizacional?
Gilclér Regina - A primeira é mito, porque muito mais caro é ter uma empresa com pessoal desmotivado, um desserviço à inteligência de qualquer um. E essa "desculpa", só poderia vir de pessoas descompromissadas com o negócio. Uma coisa é inevitável na vida onde palavras são palavras, promessas são promessas, desculpas são desculpas, mas o que importa mesmo são os resultados. Na mesma equipe tem gente marcando gol e outros marcando os gols contra e estes estão comprometendo os resultados. Acredito que o clima organizacional que percebe a possibilidade de melhores resultados entende que atitude é a palavra-chave e esta vem com treinamento que tenha foco na motivação e no comprometimento. Eu sou do tempo que ia namorar. Os meus filhos hoje "ficam", e isso não gera compromisso, portanto, nada de resultados efetivos. Pablo Picasso foi quem disse: "Fiz um pacto com o destino, tornei-me o meu próprio destino - um destino em ação". A empresa que quer resultados sabe que tem que motivar pessoas e fazer um pacto com a atitude, isto é, destruir para construir. Destruir o mau humor para construir bom humor, destruir a mentira para construir a verdade, destruir a desculpa para construir resultados.

*Patrícia Bispo
Jornalista responsável pelo conteúdo da comunidade virtual RH.com.br.

Link para a entrevista: http://www.rh.com.br/ler.php?cod=4264&org=1

sábado, 5 de novembro de 2005

O Sabor do Saber

*por Tom Coelho

"Se os textos lhes agradam, ótimo. Caso contrário, não continuem,
pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a felicidade obrigatória."
(Jorge Luis Borges)

Tomei conhecimento a partir de um artigo do excelente Gilberto Dimenstein que 180 mil jovens com formação superior não foram suficientes e capazes para atender à demanda por 872 vagas de estágio e trainee em empresas brasileiras.

Reflexo da crise de nosso modelo educacional, estes números, tabulados ano passado pela pesquisadora Sofia Esteves do Amaral, indicam o abismo existente entre o que as escolas entregam e o que as empresas solicitam. A qualificação acadêmica está desalinhada da qualificação profissional.

É indiscutível que devemos promover uma Cruzada pela Educação. Vender a idéia da Educação para o Brasil, colocando-a como prioridade, ao lado da Saúde e da Ciência e Tecnologia, nas discussões orçamentárias e de planejamento estratégico nacional. Criar o conceito de responsabilidade educacional e infligir com a perda do mandato prefeitos que desviam recursos das salas de aulas para a construção de estradas e outras finalidades que lhes conferem capital político mais imediato. E investir no docente, sua formação e sua remuneração, pois a chave da boa escola é o professor.

Todavia, mesmo diante de toda esta breve argumentação, minha conclusão mais precisa é que o problema da Educação está na escola que ficou chata, perdeu a graça, não acompanhou a evolução do mundo moderno. O aluno não vê aula, quando vê não presta atenção, não se aplica nos deveres de casa e vai mal nas provas. Lembra-me aquela máxima marxista: uns fingem que ensinam, outros fingem que aprendem. Só esqueceram de avisar o mercado desta combinação.

São estes alunos que serão reprovados num simples processo seletivo. E serão eles que, gerenciando companhias ou decidindo empreender um negócio próprio, engordarão as já elevadas estatísticas de insucessos empresariais.

A Educação perdeu o sabor. E é curioso constatar isso quando desvendamos pela etimologia que as palavras sabor e saber têm a mesma origem no verbo latino sapare. O conhecimento é para ser provado, degustado. é como se a cabeça (o estudar) estivesse em plena consonância com o coração (o gostar).

Cozinhando Palavras

O que me faz avançar madrugada adentro postado diante de uma tela, digitando em um teclado, com música ao fundo e pensamento ao longe, produzindo artigos como este? A resposta está no desejo de escrever um texto que traga prazer ao leitor tal qual o banquete preparado por um cozinheiro a seus convidados.

Todo escritor tem duas fontes de inspiração: uma musa e outros escritores. Minha musa é o próprio mundo, uma obra de arte, um livro dos mais belos para quem o sabe ler. Já meus "padrinhos" são muitos, são tantos, que não posso colocar-me a relacioná-los. Acabariam as laudas, faltaria paciência ao leitor e eu incorreria invariavelmente no pecado capital da negligência, deixando de citar nomes por traição da memória.

Rubem Alves é um destes nomes. Vem dele a inspiração desta metáfora que envolve escritores e cozinheiros. Minha cozinha fica numa sala. Minha bancada é uma mesa. Meu fogão é um computador. Minhas panelas são minha cabeça. Meus ingredientes são as palavras. Vou selecionando-as, misturando-as e provando de seu resultado. Saboreio com os olhos e cuido para que temperos em excesso não acabem com outros sabores.

Há dias em que estou tomado pela culinária italiana. Então produzo textos encorpados que alimentam a consciência e que pedem uma taça de vinho tinto, cor de sangue, de contestação. Corpo e sangue. São os momentos de questionamento da ordem, este prazer da razão, banhado pela desordem, esta delícia da emoção.

Noutros dias, sinto-me inspirado pela cozinha francesa. é quando me torno econômico no uso dos ingredientes, mas extravagante no uso dos temperos. é quando surgem os textos mais leves na forma e mais profundos em seu conteúdo, convidando todos a uma demorada reflexão.

E assim sucedem as semanas, sucedem os artigos. A cada semana um prato novo. Alguns nascem naturalmente, demandam pouco tempo de cozimento. Outros, por sua vez, ficam dias no forno. Consomem uma quantidade incrível de palavras. Letras que vêm e que vão. Chegam mesmo a queimar os dedos mas finalizá-los tem seu propósito ao imaginar a satisfação de quem os lerá, estampada no brilho dos olhos, no sorriso de canto de boca.

Assim entrego-me a este ofício, marchando pitagoricamente com o pé direito para as minhas obrigações e com o pé esquerdo para os meus prazeres, tendo a certeza de que o escrito com esforço será lido com apreciação.

Paul Valéry diz que um homem feliz é aquele que, ao despertar, se reencontra com prazer, se reconhece como aquele que gosta de ser. Saber o que se é e o que se deseja ser: quanto sabor há nisso!

31/08/2003

Tom Coelho!, com formação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP, especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA-FEA/USP, é empresário, consultor, professor universitário, escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual do NJE/Ciesp. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br

Obs: O conteúdo dos comentários á seguir são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.
-------------------------------------------
Autor: Silvana Parzianello
Comentário: O seu artigo é formidável, a maneira que você escreve é como se eu estivesse juto á você, como se tivessemos dialogando. Li outros artigos seu e isso despertou-me o interesse de ver qual era a sua figura estética, curiosidade que desperta quando nós admiramos o que a pessoa faz, você é formidável, gostaria muito de um dia assistir uma de suas palestras. Silvana Cascavel Paraná
-------------------------------------------

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Síndrome de Deus

*por Tom Coelho

“Existe uma força vital curativa com a qual o médico tem de contar.
Afinal, não é o médico quem cura doenças: ele deve ser o seu intérprete.”
(Hipócrates)

Dediquei-me nas últimas semanas ao meu check-up anual. Mens sana in corpore sano. Decerto que não se trata de uma atividade lúdica nem tampouco prazerosa. Mas é agradável receber resultados de exames sentenciando que você está bem. Afinal, quem pode prescindir da saúde pública, paga um plano de assistência médica como quem compra um jazigo: espera postergar ao máximo o uso do benefício contratado.

A partir das diversas consultas efetuadas pude estabelecer um padrão de comportamento entre os profissionais que me atenderam que cunharei como “paradigmas médicos”.

O primeiro deles é de ordem educacional. Absolutamente todos, sem exceção, recebiam-me com uma indagação inaugural: “Qual seu problema?”. Houve variantes como “O que você tem de errado?”, ou “O que você está sentindo?”, esta última revestida de maior humanismo posto que remete a um estado emocional em vez de uma constatação objetiva.

Pode parecer curioso, mas o fato é que eles se surpreendiam quando eu argumentava que estava apenas fazendo um check-up. O cardiologista postulou que eu não tinha o que fazer, o urologista supôs minha vida promíscua, e o clínico-geral imaginou que eu apenas pretendia um atestado.

Quando você compra um carro ele sai da concessionária com um Manual de Garantia e um Manual de Manutenção. A vigência do primeiro depende do fiel cumprimento da cartilha do segundo. O veículo tem data ou quilometragem certa para visitar a oficina onde uma série de itens serão verificados. Enfim, carros podem e devem fazer revisões periódicas, segundo o senso comum. O corpo humano não...

O segundo paradigma é de ordem ambiental. Os consultórios são todos muito parecidos. Salas de espera com uma ou mais recepcionistas robotizadas. Parecem treinadas a solicitar-lhe um documento de identificação, a carteirinha do convênio médico, alguns dados pessoais para registro na anamnese, oferecendo-lhe um breve sorriso amarelo após a assinatura da guia de consulta. Nas mesas repousam revistas velhas. As paredes são geralmente vazias e a decoração, nula.

Mas o pior encontra-se na sala privada dos médicos. Eles ficam postados atrás de suas mesas, sentados em cadeiras deslizantes e com espaldar alto similar às utilizadas por presidentes e diretores de empresas. Para o paciente, uma cadeira pequena, com encosto baixo, desprovida de braços ou rodízios. Estabelece-se ali um grau de separação. O tampo da mesa promove a separação física e a diferença de altura proporcionada pelos assentos coloca os olhos fora de alinhamento haja vista que o paciente precisa erguer seu olhar para encontrar o de seu interlocutor.

O terceiro aspecto tem caráter profissional. O tempo é a matéria-prima mais escassa que temos. E volátil. Você pode desperdiçar seu tempo, pois é sua responsabilidade fazer o que quiser com o que lhe pertence. Mas ninguém tem o direito de dispor do tempo alheio sem prévia anuência. Por isso, é inadmissível que médicos façam pacientes aguardarem nas insípidas salas de espera descritas acima porque atrasam no atendimento por agendarem consultas a cada vinte minutos criando um cronograma impossível de ser cumprido.

Também já é hora de emitirem receituários capazes de serem lidos por pessoas apenas alfabetizadas, sem formação acadêmica em aramaico ou conhecimento de hieróglifos.

O quarto paradigma é de ordem cultural. Grande parte dos médicos sofre da chamada Síndrome de Deus. Acreditam-se seres superiores, dotados de superpoderes, da capacidade singular de curar. Têm a presunção de litigar pela vida ou pela morte.

Senti de perto a manifestação da tal síndrome em consulta com uma dermatologista para acompanhar a herança genética que ataca meus cabelos. Uma senhora de meia-idade, com títulos diversos afixados na parede e estável financeiramente – vários eram os sinais a indicarem isso, atendeu-me com poucas palavras, evitando o diálogo. Examinou-me à distância, evitando o contato físico. Buscou a brevidade, sequiosa pelo término da consulta. Eu buscava informação e orientação. Tive que extraí-las a fórceps.

Esta experiência vivida no mundo da medicina levou-me a conclusão de que, mais uma vez, temos sérios problemas em nosso sistema educacional. Porque lá é o berço onde todos estes paradigmas nascem e são nutridos. As escolas de medicina precisam incluir administração e marketing entre suas disciplinas regulares...

Médicos são formados todos os anos para serem profissionais da saúde. Mas agem como profissionais da morte, não da vida. Começam suas carreiras como residentes nos hospitais, instituições destinadas a tratar de pessoas doentes, construídas com arquitetura gélida e árida, tomadas por um silêncio sepulcral rompido apenas pelos gritos de dor e agonia dos internos, do choro dos parentes ou do ranger de rodízios de macas e cadeiras que perambulam pelos corredores.

é por isso que ao migrarem dos hospitais para os consultórios reproduzem o ambiente inóspito no qual foram preparados e passam a questionar aos seus pacientes onde está a doença. A herança maldita os impede de construir espaços mais harmoniosos e agradáveis.

Imagino o dia em que as salas privadas serão decoradas como se fossem salas de estar onde o médico atenderá o paciente como quem recebe um novo amigo para um bate-papo. Em vez de uma mesa de trabalho e duas cadeiras, sofás e uma mesa de centro para duas pessoas iguais que conversarão amistosamente. O médico recepciona seu visitante na sala de espera – esta munida de revistas e livros para entretenimento e som ambiente – conduzindo-o até sua sala.

A conversa segue descontraída, informal, permitindo que o paciente sinta-se à vontade para relatar o que lhe parecer conveniente. O quadro clínico formado é muito mais completo e pode ensejar prescrições mais adequadas. Muitas enfermidades têm eminentemente cunho psicológico...

Um receituário é expedido com letras legíveis. O medicamento aviado é apresentado tecnicamente, justificando-se sua escolha. A consulta transcorre dentro de um intervalo de tempo adequado. Sem pressa, sem arroubos.

Por fim, que os médicos, à luz dos ensinamentos de Hipócrates, tido como o “Pai da Medicina”, descubram, a despeito de tudo e com a máxima urgência, que não são deuses, mas sim, como cada um de nós, parte de Deus, ungidos com a competência de identificar, localizar, interpretar e ministrar o tratamento que poderá levar à cura. São meramente instrumentos de Deus não havendo espaço para prepotência ou arrogância. Apenas para compaixão.

12/04/2005

Tom Coelho!, com formação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP, especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA-FEA/USP, é empresário, consultor, professor universitário, escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual do NJE/Ciesp. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br

Obs: O conteúdo dos comentários á seguir são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.
-------------------------------------------
Autor: graciela
Comentário: Varias vezes já fiquei constrangida por ese comportamento e me senti impotente,me sentí como se fosse uma intrusa até cheguei a me perguntar, será que falei ou fiz alguma coisa errada? Tambem pensei ele (ela) não foi com a minha cara...Este artigo deveria ser lido por eses profisionais que atuam dessa maneira. Obrigada.Um abraço.
-------------------------------------------
Autor: Adelia Moreira
Comentário: Excelente. Nao resisti e indiquei seu artigo a varios medicos que conheço Um abraço Adelia
-------------------------------------------

sábado, 22 de outubro de 2005

O Engraxate

*por Tom Coelho

“Pela obra se conhece o autor.”
(Jean de La Fontaine)

Caminhando pelo saguão do aeroporto miro meus pés e descubro sapatos que parecem tristes e cansados de tão opacos e descuidados.

Dirijo-me até a engraxataria encontrando um ambiente pequeno e bem organizado. São quatro os profissionais ali posicionados diante de suas cadeiras revezando-se à espera dos clientes.

Assento-me e passo a observar um senhor bastante robusto, cabelos parcos e grisalhos, contando seguramente mais de cinqüenta anos, a exercer seu ofício. Coloca-me calçadeiras para proteger as meias, toma nas mãos uma flanela, limpando cuidadosamente a superfície dos sapatos. Parece preparar-se para iniciar a confecção de uma grande obra de arte.

Meus pés repousam sobre a caixa, em verdade, seu cavalete. Tal qual um artista, ele admira os contornos da moldura definidos pelo solado. Em vez de óleo de linhaça, água. Em lugar de tinta, graxa. Um recipiente adaptado assume o papel de palheta. E um pincel e uma escova completam seu instrumental. A tela, já pode ser pintada.

Enquanto ele desenha sobre meus calçados, um mundo de reflexões invade minha cabeça. Sempre tive um estereótipo de engraxate. Um garoto ainda muito jovem, percorrendo as ruas em busca de alguns trocados para reforçar a renda familiar. Uma atividade transitória, não uma profissão.

Por isso, ao olhar para aquele senhor que me atende, bem como aos seus colegas que nos avizinham, pergunto-me por onde anda a justiça dos homens que não permite àquelas pessoas, com suas idades já avançadas, com tantas experiências acumuladas, rugas que lhes tomam a face, cansaço que lhes abate os olhos, usufruírem de um trabalho menos desgastante e melhor remunerado, bem como de mais tempo e oportunidades de lazer.

Não que aquela atividade seja indigna. Ao contrário, talvez seja trabalho dos mais edificantes. Em tempos de valorização dos consumidores, quando tanto se apregoa que o cliente deve estar em primeiro lugar, um engraxate coloca-se de joelhos, diante daquele que lhe pede seus préstimos, com humildade e subserviência, altivez e competência.

Pincel que pinta, escova que limpa, flanela que lustra. Após alguns minutos, traços rabiscados completam o grafismo imaginado. A obra está acabada. Meu anfitrião olha-me nos olhos e com um amplo sorriso diz:

– Agora está brilhando...!

Sua expressão é de regozijo, de plena satisfação. A missão foi cumprida. Seu talento pôde se manifestar e ganhar as ruas para apreciação de todos.

Eu o cumprimento, apresento-lhe meus agradecimentos, pago a conta e sigo meu caminho, ainda mais pensativo diante de tamanho exemplo de dedicação e comprometimento. E agora, com os pés brilhando. E a mente iluminada.

21/10/2005

Tom Coelho!, com formação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP, especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA-FEA/USP, é empresário, consultor, professor universitário, escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual do NJE/Ciesp. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.
Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Artigo: Da Garagem ao Sucesso

Hoje tive a honra de trocar mensagens com meu amigo Tom Coelho. Isso mesmo, se você pensou "aquele que escreve ótimos artigos", acertou, tenho sua autorização para publicar alguns artigos aqui! E para começar, um que achei fantástico! Se prepare para uma leitura muito agradável! Valeu Tom.

Grande abraço,


Leandro
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Da Garagem ao Sucesso
*por Tom Coelho

“Existem três fases: impossível, difícil e feito.”
(Frank Crane)

O ano é 1975. A cidade é Cambridge. Dois jovens estudantes egressos de Harvard desenvolvem um sistema operacional para microcomputadores. Seus nomes são Paul Allen e William Gates, mais conhecido como Bill Gates. Anos depois fundariam uma empresa chamada Microsoft que viria, em 1981, a ser contratada pela IBM como fornecedora de software para seus computadores pessoais.

O ano agora é 1978. A cidade é Brasília. O país vive o início da abertura política com a revogação do AI-5. Ao som de Sex Pistols, Ramones e The Clash, dois jovens se conhecem e descobrem imediatamente suas afinidades. Um é baterista e atende pelo nome de Felipe Lemos, ou simplesmente, Fê Lemos. O outro é baixista e guitarrista, e mais ainda, um grande compositor e vocalista. Trata-se de Renato Russo e a banda que viria a ser formada tempos depois se consagraria pelo nome de “Aborto Elétrico”.

A Microsoft tornou-se uma das empresas mais valorizadas e lucrativas. Numa época em que todos apostavam suas fichas no hardware, Gates vislumbrou a hegemonia futura do software. O serviço em lugar do produto. A inteligência acima da máquina. O Aborto Elétrico foi extinto em 1982, mas aquela banda de punk rock viria a influenciar toda uma geração de músicos brasileiros. Fê Lemos e o Capital Inicial, Renato Russo e a Legião Urbana. Da garagem para o mundo. Do mundo, para a história.

Visto sob este prisma parece que tudo aconteceu de maneira linear, harmoniosa e previsível. Da simplicidade da garagem, onde aconteciam os ensaios da banda e onde, madrugadas adentro, códigos binários eram combinados, ao sucesso, há certamente uma instigante ocorrência de eventos revestidos por angústias e frustrações, alegrias e conquistas.

Escrever composições difíceis de serem ritmadas. Constituir uma banda que não será agenciada por qualquer empresário. Fazer uma fita demo que não será ouvida por qualquer gravadora. Tocar para platéias apáticas, talvez apenas desinteressadas, talvez até mesmo hostis, talvez simplesmente ausentes.

Empreender em um negócio incerto, intangível, talvez apenas um sonho que pode se transmutar em pesadelo. Enfrentar a falta de crédito e a descrença alheia. Errar, insistir, persistir, apostar. Saborear as pequenas vitórias.

A estrada para o sucesso é uma via não pavimentada. Carece também de sinalização e iluminação. Botinas nos pés, uma bússola, uma lanterna e um guarda-chuva nas mãos, são poucos aqueles dotados da capacidade de se embrenhar por um terreno árido, pisar as pedras, queimar a face no calor do sol e permanecer na mesma trilha com determinação.

Pasteur dizia que a diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana. Que esta vontade se manifeste em você pela iniciativa, pela perseverança, pelo comprometimento e pela autoconfiança. Que seus desejos ganhem asas; seus olhos, brilho; seu rosto, sorriso. E que seus projetos se ampliem de poucos metros quadrados de uma garagem para as dimensões que o sucesso almejado demandar.

Tom Coelho!, com formação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP, especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA-FEA/USP, é empresário, consultor, professor universitário, escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual do NJE/Ciesp. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Publicado em 04/08/2005.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.tomcoelho.com.br e comunicada sua utilização através do e-mail talento@tomcoelho.com.br

sábado, 24 de setembro de 2005

Mentoring e coaching na prática

[19/09/2005]

Márcio Zenker

"Estou insatisfeito no trabalho".
"Sinto-me sozinho, sem interlocutor para trocas significativas".
"Tenho a sensação de que estamos perdidos, sem rumo".
"A insegurança parece estar cada vez mais presente no clima organizacional".
"Sinto-me impotente para conseguir o que está sendo cobrado".

Estas são falas comuns no meio empresarial, ora manifestas, ora ocultas, mas sentidas por muitos. São sentimentos individuais e coletivos que estão associados a frustrações, ansiedades, medos, angústias e depressões da vida atual. Muitos profissionais parecem não reconhecer esse estado e vivem na correria desenfreada, com tentativas de acertos e erros. E o pior, os resultados alcançados parecem estar quase sempre aquém dos almejados. Isto provavelmente leva as pessoas a se isolarem cada vez mais, realizando seus trabalhos individualmente. A competição faz parte do dia-a-dia. Na competição, perde-se o sentido das interações com os outros. Por onde anda a cooperação, os verdadeiros trabalhos em equipe, as parcerias que funcionam na prática?

Felizmente, conhecemos casos de conquistas, de esforços conjugados. Dentre as tendências e fatos de mercado e sociedade, observamos quatro em crescimento:

- A cooperação multidimensional, envolvendo o interior e exterior da organização. Há um crescente desejo e uma necessidade de inclusão, seja de áreas funcionais, de processos, de conciliar diferenças.
- O crescimento individual como condição da evolução organizacional. Ambos devem crescer em paralelo com satisfação conjunta. Assim, o mundo micro se associa ao macro e este a um mundo ainda maior. Aplica-se, aqui, o conceito de co-evolução.
- O uso cada vez mais freqüente e competente de projetos: projetos organizacionais, projetos de vida, aprendizagem por projetos e outros. Se há projetos, há sonhos; se há sonhos, evocam-se potenciais.
- A educação continuada e inovadora preparando profissionais para conseguirem ver o mundo que se mostra cada vez mais complexo, diferente da educação tradicional com excessivo foco no texto, nas palavras. As múltiplas linguagens da mídia atestam a necessidade de ver-sentir-mudar em complemento ao paradigma do analisar-pensar-mudar. As tecnologias da informação e comunicação são bem-vindas nesse contexto quando estimulam nossos órgãos dos sentidos a captarem o que passa despercebido em nosso dia-a-dia.

Na emergência destes cenários, percebemos que programas de Mentoring e Coaching vêm ao encontro dessa realidade em transição. Mentoring, nessa perspectiva, pode ser conceituado como processo de apoio desenvolvido por um consultor/mentor com suporte de um time de especialistas a fim de ajudar um indivíduo (mentoreado) a melhor definir seu território, ampliar seu potencial e alinhar suas motivações internas com atividades e projetos que o levarão ao sucesso. Já Coaching diz respeito ao processo diretivo desenvolvido por gerente ou consultor externo a fim de treinar e orientar um colaborador em relação ao seu trabalho, à empresa e aos seus projetos, ajudando-o na superação de obstáculos com impacto em seu desempenho produtivo e inovador.

É interessante notar que tanto Mentoring quanto Coaching têm algo em comum. Ambos possuem como essência a relação interpessoal. Uma análise mais profunda denota o jogo de identidade e alteridade nas relações eu-outro. O outro pode ser visto como aquilo que falta e cuja presença permite a plenitude do eu, evocando situações de comunicação significativa e imprimindo sentido ao que se diz e ao que se faz. O trabalho de Mentoring e Coaching, portanto, estimula a reciprocidade entre pessoas na ampliação da percepção, descoberta de soluções, de decisões mais conscientes e de ações mais pertinentes para conseguir o que se busca.

Complementando a abordagem acima, quais são os meios de realização de um programa envolvendo essas duas atividades? Como ocorrem na prática? Aqui estão algumas formas de operacionalização: encontros e diálogos inovadores, visualização de cenas, entrevistas, dinâmicas de grupo, testes vocacionais, estudo da carreira, autobiografia, avaliação e desenvolvimento de competências, gestão de processos, gestão de projetos, análise de cenários, estruturação de situações problemas/oportunidades, mediação de conflitos, práticas de liderança, team building, análise do equilíbrio: família, trabalho, tempo e dinheiro, marketing pessoal, empreendedorismo e vivências alternadas, entre outros.

Empresas ou indivíduos optam por um ou pelos dois modelos conjugados em função de suas prioridades e expectativas de retorno. Os instrumentos e metodologias estão aí. As escolhas se fazem necessárias para se viver experiências marcantes no presente antes que seja tarde.

Márcio Zenker
Pós-graduado em Administração Geral e Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas e formado em Psicologia pela USP. Professor de pós-graduação da Unisa, Unifei, Unasp e Senac. Pesquisador especializado em novas metodologias e estratégias para o desenvolvimento de líderes e equipes. Coordenador do Departamento do Coaching e Mentoring e membro da equipe multidisciplinar do Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual (INSADI), voltada à implementação de programas de educação corporativa.

Publicado no site RH.com.br (http://www.rh.com.br/ler.php?cod=4215&org=1)

sexta-feira, 3 de junho de 2005

O profissional de RH que perdeu o emprego

por Washington Sorio


Segundo um estudo americano, ficar sem emprego é a terceira maior dor que um ser humano pode sofrer. A maior é perder um filho. A segunda é perder os pais. Há uma imediata e inevitável sensação de fracasso. Pessoas sem emprego sentem-se sozinhas, constrangidas e inferiores. A vida parece mais insípida, mais tênue.

A maioria das pessoas são definidas em termos de seus empregos e acabam recebendo um sobrenome corporativo. Quantos de nós não conhecemos o Fulano da Xerox, o Beltrano da Shell, o Sicrano do Bradesco, etc.

A verdade é que o emprego ajuda as pessoas a dizer a si mesmas e aos outros quem elas são. A falta de emprego gera diversas implicações, como a baixa auto-estima, ansiedade, sensação de abandono e incompetência, fase de instabilidade emocional e desesperança, intolerância nas relações familiares e sociais que são prejudicadas pela mudança no status social e aumentam as preocupações com a vida financeira e os apelos de consumo.

Como executivo de Recursos Humanos, estou vivenciando essa experiência de “ficar à disposição do mercado” e posso relatar três grandes lições:

1) Você descobre que a maioria dos seus amigos estavam ao seu lado somente pelo cargo que você tinha;
2) Você passa a administrar melhor suas finanças;
3) Você descobre que a maioria dos “profissionais de RH” não dão feedback.

Sempre tive a preocupação de fornecer feedback, no intuito de minimizar incertezas e ansiedades. O feedback é parte fundamental do processo que visa orientar as pessoas a apresentarem comportamento e desempenho adequados a uma determinada situação.

Todo feedback que recebemos em relação àquilo que realizamos é de essencial importância para nosso aprendizado e crescimento. Através de um feedback podemos modificar nossa maneira de encarar e lidar com determinados assuntos e idéias, e trabalharmos com mais empenho se necessário, em busca de melhores resultados. Pessoas bem-sucedidas sabem valorizar as críticas que recebem e aprendem a utilizá-las em proveito próprio.

Se a área de Recursos Humanos já não suporta mais viver apenas nos seus moldes tradicionais, agora, então, é a verdadeira hora de mostrar que o pensamento vai além do discurso. Esse deve ser o momento da inovação.

Existe um limite para se continuar vivo, competitivo e produtivo. E são as pessoas que podem ou não contribuir para esse sucesso. São os Recursos Humanos que fazem isso em qualquer empreendimento.

Outro fato curioso é que conforme pesquisa da DBM - Drake Beam Morin do Brasil - mais de 80% dos executivos são contratados através da rede de relações pessoais (networking).

O grande segredo do networking é que quanto maior o número de pessoas que souberem que você está buscando um emprego e do seu objetivo de continuidade de carreira, maiores as chances de você ficar sabendo das oportunidades e de ser encontrado por alguém que necessite de suas qualificações.

O mundo está cheio de oportunidades. Acredite! Eu só preciso encontrar uma empresa, que não seja voltada para o conservadorismo, onde eu possa colocar em prática e maximizar o uso dos meus conhecimentos, alinhando a gestão de pessoas com as estratégias e necessidades do negócio.

Cenários em 2010

Cenários em 2010 - Uma odisséia em Recursos Humanos
por Washington Sorio

O mundo está mudando com rapidez jamais vista, e a velocidade da mudança impacta as organizações de maneira muito forte. Como se adaptar a essas mudanças e criar ferramentas para continuar competitivo? Como administrar as pessoas para gerar as mudanças necessárias? Estaremos percorrendo, de maneira cada vez mais veloz, uma estrada que conhecemos cada vez menos. Por isto mesmo, antecipar os cenários de 2010 será um atributo não teórico, mas ligado ao verdadeiro diferencial competitivo das organizações – uma verdadeira odisséia em Recursos Humanos.

Uma das mudanças mais importantes que ocorreram no ambiente de negócios nestes últimos dez anos foi, sem dúvida, a absoluta ruptura nos padrões tradicionais da estruturação de uma carreira profissional nas empresas e organizações: o emprego vitalício passou a ser uma mera ficção.

Será, assim, indispensável que as empresas dediquem uma parcela importante do seu tempo à reflexão sobre o futuro do seu ambiente de negócio. É nos períodos de grandes mutações e incertezas que a arte de planejar ganha nobreza e prioridades maiores. Nas grandes tempestades, a engenharia de vôo entra em ação e torna-se fator crítico de sobrevivência e segurança. Mas infelizmente, as pessoas confundem a arte da antecipação de tendências e mudanças com adivinhação ou futurologia barata. Estudar o futuro significa aumentar o campo e o conhecimento, para possibilitar a construção de um caminho desejável e favorável para a organização.

Dando continuidade a esta reflexão, apresento uma visão futurística para que as pessoas possam pensar e planejar estratégicas para que as mudanças não sejam impactantes.

As prováveis mudanças que teremos em 2010 é que grande parte das pessoas vão assistir televisão em notebooks. Os principais concorrentes das companhias aéreas serão as empresas de telecomunicações, que por meio da videoconferência, estarão dando “adeus a ponte aérea” e realizando reuniões virtuais em diversos locais. O conhecimento disponível será dobrado e a internet será triplicada em números de usuários e notícias, que serão lidas no momento da geração do fato e 90% dos processos de recursos humanos serão diferentes dos padrões atuais.

Em 2010, o uso de redes on line para fins educacionais se intensificará e provocará competição entre os melhores centros de ensino do mundo e as universidades nacionais. Será um novo conceito de distribuição da educação, como se o mercado estivesse aberto à importação.

A visão de treinamento será voltada para "ensinar a aprender", de forma a liberar o potencial que cada indivíduo tem dentro de si. Será ensinar as pessoas a serem criativas, flexíveis e generalistas em termos profissionais. Muitas atividades profissionais se tornarão obsoletas e ser criativo será, cada vez mais, uma questão de marketing e de sobrevivência profissional.

As Organizações vão operar cada vez mais em redes (networks) e o emprego tradicional tende a diminuir drasticamente. A flexibilidade de horários será cada vez maior e mesmo o trabalho tradicional será mais ainda feito em casa. Os serviços serão cada vez mais importantes na formação do PIB. A inovação será um fator crítico de sucesso de sobrevivência e as organizações vão destinar verbas cada vez mais volumosas para à criação de novos produtos, serviços, sistemas e processos em um movimento obcecado rumo ao novo. Diante das enormes dificuldades do ambiente externo, os talentos humanos serão ainda mais escassos. Na eterna lei da oferta e da demanda, os profissionais talentosos escolherão as empresas que oferecerem o ambiente humano mais propício ao seu desenvolvimento e recompensar de forma mais justa o seu real valor.

As empresas de transportes e prestação de serviços melhorarão seu atendimento. Os restaurantes passarão a comprar mais refeições semiprontas para reprocessamento e utilizarão serviços just-in-time, durante a entrega, para satisfazer a rapidez solicitada. Sistemas de informações e dispositivos inteligentes também serão utilizados para aumentar a rapidez e a precisão do atendimento. A biotecnologia será utilizada na alteração da produção e do processamento de legumes e carnes. Aumentará consideravelmente o atendimento tipo self-service e com pagamento automático via smart cards e sistemas de débito automático. Novos negócios surgirão de combinações entre alimentação e varejo, a partir da busca de canais alternativos para vendas de alimentos. No segmento de refeições, o fast food é o que mais crescerá. Já entre as modalidades, a franquia é a que mais se expandirá em 2010. As grandes lojas de conveniência continuarão a se expandir. O critério de conveniência será preponderante na escolha da localização: próximo a cinemas, em shoppings, operações 24 horas.

Em resumo, o verdadeiro fator crítico em 2010 será, sem dúvida, a competência, num nível de exigência muito maior, onde as pessoas serão “profissionais fora de série” em tudo que estiver fazendo, seja a cada mês, a cada semana, a cada dia.

FEEDBACK - Tênis ou frescobol?

por WASHINGTON SORIO

Chamo de "feedback" o retorno que um colega dá a outro sobre um assunto, desempenho, etc. E quero fazer uma pequena comparação com o tênis e o frescobol.

O Tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro. O outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar.

O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente aí que vai dirigir a sua cortada (PALAVRA MUITO SUGESTIVA, QUE INDICA SEU OBJETIVO CLARO DE TOCAR, INTERROMPER E DERROTAR). O prazer do tênis se encontra justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora do jogo. Termina sempre com a alegria de um e tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que para o jogo ser bom é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito, e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la.

Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui, ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra (POIS O QUE SE DESEJA É QUE NINGUÉM ERRE). O erro no frescobol é um acidente lastimável: o que errou pede desculpas e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo esse delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

Agora veja algumas comparações:

1) Se enviarmos o "feedback" como enviamos a bola num jogo de tênis, corremos o risco de destruir o colega, de criar conflitos e de distanciar as pessoas. Podemos ter o fornecedor do "feedback" feliz por ter falado, mas um receptor frustado, com sentimentos de um perdedor.

2) Se enviarmos o "feedback" como num jogo de frescobol, estaremos cuidando para que o outro não seja um perdedor. O "feedback" deve ser enviado com sentimento de ajuda, para o outro acertar. Para ninguém ganhar sozinho, para que dois sempre ganhem juntos. Há um desejo de que o outro cresça continuamente.

Que nós possamos ter sempre este sentimento: dar um "feedback" com o sentimento de ajuda, para fazer nossos colegas crescerem, pois desta forma, todos ganham.

Entrevista de seleção

Poucas pessoas conseguem um emprego sem pelo menos realizar uma entrevista de seleção ou, na maioria das vezes, uma série de entrevistas. De todos os instrumentos utilizados a entrevista de seleção é considerada a mais importante, mas a melhor pessoa que você entrevista não é necessariamente a melhor pessoa para o emprego.

É importante conhecer os tipos de entrevistas de seleção: estruturada, não-estruturada ou entrevista sob pressão.

A entrevista estruturada é exatamente um processo conduzido de acordo com uma ordem predeterminada. É cuidadosamente planejada para extrair o máximo de informações do candidato com um mínimo de perguntas do entrevistador. Em geral, a estrutura seguirá a ordem exemplificada a seguir:

- Cumprimento / bate-papo;
- Introdução;
- Experiência de trabalho;
- Formação escolar;
- Atividades e interesses;
- Descrição de pontos fortes e fracos;
- Descrição do cargo, perguntas do candidato;
- Encerramento.

O entrevistador ao conduzir a entrevista estruturada, fará o seguinte:
- Perguntas gerais, concentrando-se no passado;
- Encorajará o candidato a falar 70%-80% do tempo;
- Dará poucas informações sobre o cargo, até certificar-se das qualificações do candidato;
- Manterá contato visual;
- Ficará à vontade com silêncios e esperará o candidato falar;
- Não fará perguntas pessoais ou comprometedoras.

A entrevista não-estruturada é uma entrevista não-dirigida. É informal e dá maior abertura ao candidato. O entrevistador fará um esboço dos tópicos que serão abordados. Demonstrará interesse e empatia pelo candidato e iniciará a entrevista com perguntas gerais, não comprometedoras, tais como: Conte-me sobre seu último trabalho.

O entrevistador continuará sondando com perguntas do tipo: Como as mudanças gerenciais afetaram o seu departamento?

Finalmente fará perguntas mais específicas, para obter informações definidas:

- Quer dizer que você e o seu novo chefe tinham estilos muito diferentes e decidiram que uma mudança seria melhor?

A entrevista sob pressão (felizmente pouco empregada) pode ser uma experiência assustadora para o candidato inexperiente. O entrevistador deliberadamente cria uma atmosfera carregada, ameaçadora. Contradiz ou discute com o candidato, muda o rumo repentinamente e usa outras técnicas para deixar o candidato tenso. Ele fará uma ou mais perguntas hipotéticas, como por exemplo: O que você faria se .....?

Perguntas hipotéticas são feitas para avaliar a reação do candidato ao inesperado e sua capacidade para desenvolver rapidamente um plano de ação.

Mesmo que a intenção não seja causar tensão, conheça algumas perguntas básicas para os candidatos:

- Conte alguma coisa sobre você.
- O que você pode fazer por nossa empresa que outro candidato não pode?
- Quais são seus pontos fortes?
- Quais são seus pontos fracos?
- Quanto você foi bem sucedido até aqui?
- Quais são suas limitações?
- Quanto você vale?
- Quais são suas ambições para o futuro?
- O que você sabe sobre nossa empresa?
- Por que você está procurando um cargo em nossa empresa?
- Que qualificações você tem que o fariam ser bem sucedido aqui?
- O que é mais importante para você no trabalho?
- Como você descreveria sua personalidade?
- Quanto tempo levaria para você fazer uma contribuição significativa à nossa empresa?
- Quanto tempo você pretende ficar conosco?
- Qual é o seu estilo gerencial?
- Qual o método que você utiliza para delegar tarefas?
- Quais os principais projetos que você realizou e que resultados eles trouxeram para a empresa?
- Descreva uma situação na qual você teve um problema difícil e como o resolveu.
- Você já precisou demitir alguém? Como você abordou a situação?
- Qual a tarefa mais difícil como gerente ou coordenador?
- Descreva algumas tarefas em que você já trabalhou sob pressão.
- Descreva alguma situação de trabalho que o tenha irritado.
- Fale de algum objetivo que você não conseguiu atingir em seu último emprego.
- Você poderia descrever alguma situação em que seu trabalho foi criticado?
- O que você aprendeu nos seus erros?
- Que tendências importantes você antecipa na nossa área?
- Por que você está deixando a empresa atual?
- Descreva o seu ambiente ideal de trabalho.
- Olhando para trás, como você vê sua ex-empresa?
- Como você acha que seus subordinados o vêem?
- O que você acha do seu ex-chefe?
- Com que tipo de pessoas você tem dificuldade para trabalhar?
- Em seu último trabalho, quais foram às realizações mais importantes?
- Se eu falasse com seu ex-chefe, o que ele diria sobre seus principais pontos positivos e negativos?
- Quanto você acha que deveria receber para esse cargo?
- Se você pudesse começar tudo de novo o que você faria diferente em sua carreira?
- Qual o maior ensinamento que você recebeu de seus pais e como você o coloca em prática?
- Do que as pessoas em casa e no trabalho mais reclamam de você?
- Que tipo de leitura você aprecia?
- O que mais o motiva?
- Dê dois exemplo de sua criatividade.
- Quais são suas metas a longo prazo?
- Quais as suas atividades de lazer?

Hoje, o mercado está exigindo, cada vez mais competências interpessoais, tais como: liderança, iniciativa e facilidade de relacionamento com os pares.

As organizações precisam de pessoas que, além de conhecimento técnico, tenham como competências essenciais a curiosidade pelo aprendizado, a flexibilidade, a capacidade de adaptação às mudanças, a facilidade no trato interpessoal e o sentido de urgência que o mundo atual nos imprime.

O sucesso e a saúde da organização dependem das pessoas que são selecionadas para nela trabalharem e é importante ressaltar que não existe candidato bom ou candidato ruim. O que existe é o candidato com perfil mais adequado ao cargo e a cultura da organização.

sábado, 14 de maio de 2005

Recrutamento on-line: uma realidade cada vez mais presente

por Leandro Martins
Publicado em 15/4/2005 no site Elancers.com.br
Publicado em 2/5/2005 no site Curriculum.com.br
Publicado em 23/5/2005 no site RH.com.br

Escrevi recentemente um artigo intitulado 'mudar é essencial para sua carreira' e das muitas mensagens que recebi - através do site RH.com.br onde foi publicado - uma tinha a seguinte pergunta: 'Como você avalia o recrutamento pela Internet?'

A área de Recursos Humanos requer cada vez mais sistemas de gestão eficazes para gerir suas demais áreas: Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Planejamento de Carreira, Cargos e Salários, Administração de Pessoal, etc.

Meu foco será em Recrutamento e Seleção. A gestão eficaz da área de recrutamento e seleção depende também de um sistema de recrutamento on-line eficiente. Existem inúmeras ferramentas no mercado para suprir essa necessidade, mas muitas empresas ainda não utilizam essa solução. Acredito que as empresas que não se preocuparem com a gestão de sua área de recrutamento e seleção terão sérios problemas na organização de seus processos num futuro bem próximo.

O recrutamento on-line é a forma mais inteligente de se recrutar candidatos atualmente. Existe uma série de funcionalidades que organizam cada processo seletivo, de modo que cada candidato em cada vaga mantenha seus status atualizado. Entre tais funcionalidades estão avaliações do recrutador - entrevistas e dinâmicas -, testes on-line, etc. Isso facilita o trabalho dos recrutadores, consultores, assistentes e das áreas coligadas como Administração de Pessoal, Cargos e Salários, Treinamento e Desenvolvimento, Planejamento de Carreira, já que todas as informações podem ser compartilhadas.

Como exemplo, vejamos alguns diferenciais da solução de e-recruitment para as empresas, citados por alguns sites que oferecem esse serviço:

- Acesso à base exclusiva de candidatos;
- Gestão da entrega dos e-mails enviados aos candidatos;
- Entrevistas e dinâmicas de grupo on-line;
- Candidatura on-line e envio de currículo;
- Sistema avançado de busca de vagas e agentes de busca ativos;
- Portal na intranet para recrutamento interno;
- Promoção da sua empresa e acesso em qualquer lugar do mundo;
- Publicação de vagas no seu website, na sua intranet e em outros sites de emprego.

As empresas podem manter um contato mais personalizado com os candidatos, enviando mensagens de atualização, agradecimento, informando sobre os processos seletivos, entre outros, podendo atingir um grande público individualmente, melhorando a sintonia com todos os profissionais. Por outro lado, beneficia também os candidatos a futuras vagas, pois eles podem manter seus dados atualizados - entrando com login e senha na área destinada a eles no site - facilitando futuros contatos; podem contar ainda com eficientes agentes de busca de vagas, recebendo por e-mail as vagas que têm relação com seu perfil/objetivo profissional.

Segundo Lidercio Januzzi, que também publicou um artigo sobre esse assunto no RH.com.br, as empresas utilizarão cada vez mais o recrutamento pela Internet, e isso vai forçar os recrutadores a obterem competências específicas. Além disso, os gastos com consultorias de recrutamento e seleção irá diminuir consideravelmente.

Como podemos observar, o recrutamento on-line é uma tendência irreversível. Portanto, os recrutadores que não possuem bons conhecimentos em Internet e pesquisa precisam se aperfeiçoar rapidamente.

Em contrapartida, as empresas que ainda não têm uma área de recrutamento on-line devem acelerar seu planejamento nesse sentido, pois aquelas que já têm aumentaram substancialmente a eficiência de sua área de recrutamento e seleção, obtendo números bastante positivos nos processos seletivos, em que sem dúvida alguma o custo/benefício é seu maior diferencial.

É importante ressaltar que empresas e profissionais devem saber utilizar a Internet com inteligência, responsabilidade e segurança. Afinal, os candidatos só irão cadastrar suas informações em sites de empresas que comprovem a confidencialidade de seus processos, e acima de tudo, a privacidade das informações cadastradas. Isso pode ser conquistado com um bom sistema de recrutamento on-line.

Quem é Leandro Martins?
View Leandro Martins's profile on LinkedIn

sexta-feira, 13 de maio de 2005

Mudar é essencial para sua carreira

"Meu interesse está no futuro, pois é lá que vou passar o resto de minha vida." Charles Kettering

Por Leandro Martins

Mudança... essa é uma palavra que ao ser pronunciada, move ou trava muita gente. As mudanças fazem parte de nossa vida, mudar de escola, de faculdade, de cidade, de país, trabalho etc. Atualmente, temos mais consciência disso e ainda assim, muitas pessoas torcem o nariz quando o assunto é mudança.

Peter Drucker já disse que nunca, na história da humanidade, tivemos tanto poder de decisão sobre a própria vida como agora. Você pode decidir se vai ser médico ou artista, viver no Norte ou no Sul, quantos filhos terá. Pense na vida de seus avós e você rapidamente concordará com Drucker. (Revista Você S/A_maio 2004).

Reflita um pouco sobre o que diz o sábio Drucker, e verá que na vida profissional, como na pessoal, somos convidados ou sugestionados a mudar nossos caminhos e que o poder para fazer isso acontecer está em nossas decisões. Muitas vezes encaramos isso como uma fraqueza, quando na verdade, ver a mudança como algo positivo, demonstra que não somos acomodados e nos preocupamos em ter prazer naquilo que fazemos. Leia abaixo algumas palavras de Oprah Winfrey*, que mostra como é fundamental gostar do que se faz:

"Quando eu tinha 22 anos e ganhava 20 000 dólares por ano, pensava em como seria feliz se chegasse aos 40 com uma renda de 40 000 dólares anuais. O que eu não sabia na época era como estava me limitando. Acredito que cada um de nós tem um chamado pessoal que é único. O melhor caminho para o sucesso é descobrir o que você ama, trabalhar duro, oferecer seus serviços aos outros e deixar que o Universo guie você. A chave para realizar um sonho é focar em seu significado - e não no sucesso. Assim, tudo fará sentido para você".

*Oprah Winfrey, 50 anos, é empresária e uma das apresentadoras de TV mais famosas dos
Estados Unidos. Tem uma fortuna estimada em 210 milhões de dólares e, neste ano, foi a terceira colocada da lista das 100 personalidades mais influentes do mundo, publicada pela revista Fortune. O trecho acima foi escrito por ela na revista The Oprah Magazine. (Revista Você S/A_setembro 2004).

Temos que encarar nossa carreira com muita clareza e alinhar, desde cedo, o pessoal ao profissional, equilibrando as duas coisas. As empresas modernas precisam de pessoas inovadoras, comprometidas, com bom humor e preparadas - acima de tudo - para mudanças, já que os clientes mudam suas necessidades a cada dia. Sua carreira precisa estar alinhada com seus valores; os da empresa também devem coincidir com o que você acredita.

Qualquer mudança requer planejamento e acima de tudo autoconhecimento, pois sabendo quem somos, podemos determinar nossos objetivos e planejar com eficácia nosso futuro. Quero ressaltar que não existe"certo" ou "errado", se você não sabe o que quer da vida, certamente será infeliz. Leia abaixo um trecho do artigo de Arthur Diniz* "Coaching para iniciantes", para entender melhor o que estou falando:

"Afinal, buscar a empregabilidade não é 'o certo'? Creio que é importante ressaltar, aqui, que 'o certo' não existe. Procurar tornar-se apto para o mercado de trabalho sem saber qual o objetivo desejado é a melhor forma de conseguir bons empregos e uma eterna infelicidade. Isto acontece porque as questões mais importantes do processo de escolha profissional não foram feitas:
'o que eu quero fazer com a minha vida?', 'o que é importante para mim?'.
Um MBA pode ser fantástico para algumas escolhas de carreira e praticamente inútil para outras. Sem esses questionamentos, geralmente o jovem vive uma situação de conflitos, quando encontra um trabalho bem remunerado mas que não lhe traz satisfação. Surgem oportunidades financeiramente excelentes, justamente porque ele adquiriu uma formação aprofundada - porém, que não sabia exatamente porque estava fazendo. Uma oportunidade puxa a outra e quando esse jovem - já não tão jovem - pára para analisar, se pergunta como será que chegou lá. Pode concluir que não gosta nem um pouco do que faz, mas já investiu tanto tempo e esforço naquela carreira, que a mudança se tornou um desafio de proporções dantescas".
*Arthur Diniz tem MBA pela Columbia Business School e curso de extensão em coaching estratégico pela FIA-USP. Foi escolhido em 2001 um dos CEOs do Futuro pela Korn/Ferry, FIA-USP e VOCE S/A (Revista Você S/A_setembro 2004).

Mudar é sim essencial para sua carreira, mas sem esquecer alguns princípios básicos como: honestidade, ética e respeito ao próximo. E você está pronto para mudar???

Quem é Leandro Martins?
View Leandro Martins's profile on LinkedIn

Grupos virtuais - Seu emprego pode estar aqui

Por Leandro Martins

Já pensou receber por e-mail uma oferta de trabalho alinhada ao seu perfil?

É isso mesmo, através dos grupos virtuais, você pode ter conhecimento de vagas que muitas vezes não estão disponíveis para o público em geral.

A web é hoje o melhor lugar para se fazer novos - e restabelecer antigos - contatos. Ótimos sites para fazer isso são os seguintes:
Linkedin (http://www.linkedin.com/) Para contatos profissionais em qualquer lugar do mundo;

Orkut (http://www.orkut.com/) Dispensa comentários (contatos pessoais e profissionais);

Gazzag (http://www.gazzag.com/) Contatos pessoais e profissionais.

Os grupos virtuais ganharam grande destaque nos últimos anos, por promover a troca de idéias,
informações e oportunidades, criando um networking eficaz entre os participantes.

E você, quer fazer parte de um grupo virtual? Então, siga algumas orientações:
- escolha um grupo com assuntos que estejam de acordo com a sua área de atuação/interesse;
- seja educado com todos os participantes;
- quando puder ajude os participantes de seu grupo a resolver problemas/dúvidas;
- faça o grupo crescer com a sua participação e mantenha seus contatos (eventos, happy hour, almoço, etc);
- nunca envie seu Currículo para o grupo, pelo contrário, faça isso de modo pessoal. Caso não exista uma
vaga direcionada a pessoa que você deseja enviar seu cv, peça autorização antes de fazê-lo;
- e por fim, fique atento aos grupos que realmente merecem sua participação, já que - como no mundo
real - no mundo virtual também tem muita gente querendo ganhar dinheiro com aqueles que estão desempregados.

Links interessantes para acessar bons grupos virtuais:
Sua Carreira http://br.groups.yahoo.com/group/suacarreira/ (discussão e artigos sobre Carreira)

Profissional do Futuro http://br.groups.yahoo.com/group/profissionaldofuturo/
(vagas e artigos para todos os profissionais)

LM9_jobs http://br.groups.yahoo.com/group/lm9_jobs/ (vagas e artigos na área de Tecnologia)

Quando utilizamos as ferramentas disponíveis com inteligência, responsabilidade e eficiência, conseguimos aproveitar o melhor, portanto, espero que você consiga sua recolocação ou nova colocação através dos grupos virtuais sérios que existem na internet.

Quem é Leandro Martins?
View Leandro Martins's profile on LinkedIn